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Vaza Jato nos jornais – 16 de julho

Por Eduardo Barbabela, Juliana Gagliardi, Natasha Bachini e João Feres Jr.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Brasília – Deltan Dallagnol, procurador do MPF integrante da Lava Jato participa da Comissão Especial da Câmara que analisa o projeto de medidas contra a corrupção (PL 4850/16) (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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O trigésimo sétimo dia de Vaza Jato quebrou a sequência tímida da cobertura da última semana. Com o pedido de exoneração do coordenador da Lava Jato na PGR, José Alfredo de Paula, e a reunião entre a procuradora-geral da República Raquel Dodge e Deltan Dallagnol, o escândalo voltou a ser agendado nos diários. A cobertura atingiu 13 textos, marca que não alcançava desde o dia 8 de julho. Contudo, não houve menção ao escândalo no Jornal Nacional.

O GLOBO

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Na contramão dos últimos dias, o jornal carioca aumentou sua cobertura e apresentou quatro textos sobre a Vaza Jato, o que não acontecia desde 9 de julho. Em sua coluna, Merval Pereira afirma que as mensagens vazadas pelo Intercept não possuem nenhuma informação de que a Operação Lava Jato fora distorcida por Dallagnol ou Moro em sua relação sinérgica, elogiada por permitir eficiência no combate ao crime. O site noticioso, inclusive, é alvo do colunista que critica a forma como ele divulga as mensagens, sem sua íntegra, o que, segundo ele, impediria a verificação de sua autenticidade. O Globo também noticia o pedido de exoneração do cargo de coordenador da Lava Jato de José Alfredo de Paula, que critica a atuação da Procuradora Geral Raquel Dodge na condução do caso. Em outra coluna, Bernardo Mello Franco critica o fato de Deltan Dallagnol ter enriquecido às custas do prestígio da Lava Jato.

ESTADÃO

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O Estadão mantém sua cobertura tímida, com apenas dois textos. O diário destaca a reunião entre Raquel Dodge e Deltan Dallagnol, que será realizada hoje, para discutir os vazamentos de mensagens. Em coluna, Eliane Cantanhêde nos conta a avaliação de governo e da cúpula da Lava Jato de que os piores momentos envolvendo Sérgio Moro nos vazamentos já passaram, porém que o mesmo não poderia ser dito para Deltan Dallagnol. Apesar disso, diz ela, não há nada objetivamente comprometedor em relação ao procurador, apenas um mar de constrangimentos.

FOLHA

fsp

A Folha continua como protagonista e apresenta sete textos sobre a Vaza Jato. Em artigo de opinião, Ranier Bragon critica o procurador Dallagnol por utilizar sua atividade pública, a atuação na Lava Jato, como escada para negócios privados. Na coluna Painel, Daniela Lima explica como os vazamentos escancararam o racha no Ministério Público Federal em relação à Lava Jato, inclusive com propostas da OAB de provocar tribunais para que esses apurem o plano de Dallagnol de criar empresa de palestras. O diário também cita as novas denúncias reveladas por Reinaldo Azevedo, de que Moro e Dallagnol teriam conversado sobre a destinação de recursos da 13ª Vara Federal para custear um vídeo para a campanha das “Dez Medidas de Combate à Corrupção” que seria veiculado na TV Globo.

JORNAL NACIONAL

Não houve menção à Vaza Jato na edição de ontem (15/07).

CONCLUSÃO

A Vaza Jato retomou algum espaço na cobertura de hoje dos jornais. Os vazamentos continuam a ocorrer, trazendo novas revelações, bastante comprometedoras para Dallagnol, que até agora tinha sido afetado de maneira secundária. Esse novo movimento, por seu turno, parece ter ecoado nos escalões mais altos do Ministério Público, que está na iminência de trocar seu posto máximo, o de Procurador Geral da República. A combinação do período eleitoral para PGR com um escândalo que macula a imagem da instituição pode ter consequências ainda não previstas. Esperemos pelos desdobramentos dos próximos dias.

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