O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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8 a 14 de julho, 2019

Entre os dias 8 e 14 de julho de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.029 posts, que geraram 3.148.259 compartilhamentos.
Entre os dias 8 e 14 de julho de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.029 posts, que geraram 3.148.259 compartilhamentos.

Entre os dias 8 e 14 de julho de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.029 posts, que geraram 3.148.259 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: O Globo (349 posts), VEJA (338 posts) e Catraca Livre (328 posts).

Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (8/7/2019 a 14/7/2019)

 semana 87

Os 20 posts da tabela acima concentram 19% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. Os recursos mais frequentes nos posts foram vídeo (55%), foto (25%) e link (20%).

O presidente Bolsonaro segue na liderança dos compartilhamentos. Nesta semana, tratou de diversos assuntos em seus posts: a descoberta de aeronaves sucateadas e abandonadas da Funai, em hangares desde 2012; a Medida Provisória da Liberdade Econômica, anunciada em reunião com a bancada evangélica; a pavimentação da BR 163; a quebra do monopólio da Petrobras no setor de gás; as obras do Ramal do Agreste; o atentado sofrido pelo Padre Marcelo Rossi; e a Reforma da Previdência. Dada a sua relevância política, essa última pautou quatro posts no ranking desta semana.

Um dos posts do presidente sobre a reforma consistiu em um vídeo que reúne falas de todos os ex-presidentes da Nova República justificando as reformas previdenciárias efetuadas em seus governos. Nesse post, Bolsonaro afirma que, se a reforma não for feita, o Brasil quebrará em 2022 ou 2023.

A tramitação da reforma na Câmara foi criticada pela página Falando Verdades, que comparou a liberação de R$2,5 bi em emendas por Bolsonaro, com o intuito de incentivar os deputados a aprovar a PEC, com o Mensalão. Entretanto, a aprovação do texto-base do projeto por 379 a 131 votos foi noticiada pelo G1, que informou as mudanças fundamentais consequentes, e comemorada por Kim Kataguiri, em post no qual afirma ser a aprovação uma “vitória para o Brasil”.

Outra notícia que movimentou o Facebook na semana passada foi a indicação, pelo presidente, de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o posto de embaixador brasileiro nos Estados Unidos. O próprio Eduardo publicou um vídeo para justificar a indicação expondo o seu questionável currículo profissional e os elogios recebidos pelo presidente Donald Trump. Eduardo afirmou, ainda, que um dos seus principais objetivos, se assumir o cargo, será mostrar ao mundo que “o Brasil não é mais socialista”. Já a página do Partido dos Trabalhadores criticou a atitude nepotista do presidente e comparou o curto currículo do deputado ao de Roberto Abdenur, diplomata com vasta experiência, que foi indicado ao cargo durante o governo Lula.

Tivemos também, entre os posts mais compartilhados, um decorrente da dificuldade de se entender uma piada. O grupo Porta dos Fundos divulgou um vídeo na semana passada ironizando as críticas e mentiras direcionadas às universidades federais pela direita. No vídeo, a professora travesti entra em sala de aula avisando que as atividade do dia seriam “beber, fumar maconha e praticar sexo anal”. Os alunos e a professora, trajados com camisetas de Che Guevara e faixas de “Lula Livre”, afirmam, entre outras sátiras, que ali vão aprender a “atirar coquetel molotov”, “pegar menstruação e jogar na cara de homem hétero” e “combater pai de família”. Contudo, uma popular página da direita, Ranking dos Políticos, entendeu que o vídeo endossava os seus costumeiros argumentos contra o ensino público, e compartilhou o vídeo.

Por fim, comoveu a rede a notícia da morte do jornalista Paulo Henrique Amorim, tantas vezes presente em nosso ranking com seus vídeos críticos à atual conjuntura política. Corroboramos as matérias compositoras da lista que destacaram sua trajetória profissional e a grande perda que seu falecimento representa para o jornalismo brasileiro.

Em resumo, o debate político no Facebook na semana passada foi marcado por perdas: dos direitos previdenciários, da exclusividade da exploração do gás natural pela Petrobras, dos princípios republicanos e do jornalismo crítico. Enquanto a direita comemora, a esquerda enluta.

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