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3 a 9 de fevereiro de 2019

Entre os dias 3 e 9 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.131 posts, que geraram 4.640.308 compartilhamentos.

Entre os dias 3 e 9 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.131 posts, que geraram 4.640.308 compartilhamentos.Entre os dias 3 e 9 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.131 posts, que geraram 4.640.308 compartilhamentos.

Entre os dias 3 e 9 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.131 posts, que geraram 4.640.308 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nesta semana foram da mídia tradicional: Exame (346 posts), Rede TV! (335 posts) e VEJA (335 posts).

Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (3/2/2019 a 9/2/2019)[1]

 semana 65 

Os 20 posts da tabela acima concentram 18% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. O recurso mais empregado nos posts foi a foto (55%), seguida por texto (20%), link (15%) e vídeo (10%).

O ranking abarca diversos assuntos do noticiário político da semana: a condenação de Lula no processo do sítio de Atibaia (SP), a recuperação e a “agenda” de Jair Bolsonaro pós-cirurgia, os posicionamentos do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) e as iniciativas da atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para endurecer as regras sobre as indenizações concedidas aos perseguidos pela ditadura militar.

A nova condenação de Lula foi comemorada especialmente pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem Pra Rua Brasil, que por meio de memes, parabenizaram a juíza Gabriela Hardt, e tripudiaram sobre o ex-presidente: “Lula Livre? Só em 2043!”.

O presidente Jair Bolsonaro postou fotos e vídeos de sua estadia no hospital, ora se alimentando e exercitando, ora trabalhando. Nestes posts, Bolsonaro ressaltou que seu estado de saúde era consequência da tentativa de assassinato por um ex-integrante do PSOL; agradeceu as orações de seus eleitores, creditando a elas e aos médicos sua vida; e esclareceu que encontra-se bem, apesar do que, segundo ele, vem sendo divulgado. Bolsonaro também falou sobre as novas resoluções para o trânsito: a validade da CNH que será ampliada,as aulas com simuladores que não serão mais obrigatórias e as medidas que afetam os caminhoneiros que serão extintas ou revistas, especialmente a questão do emplacamento.

O deputado Kim Kataguiri defendeu em seus posts a PEC que autoriza adolescentes a trabalhar e estudar ao mesmo tempo. A despeito de todas as pesquisas na área da Educação, de acordo com Kataguiri, “é perfeitamente possível conciliar uma vida de trabalho e estudo”. Além disso, seu discurso em prol da Reforma da Previdência na Câmara foi divulgado na página do MBL e rendeu muitos compartilhamentos. Nele, o deputado chamou os seus colegas de esquerda de “hipócritas”, por não abrirem mão dos seus benefícios, como a aposentadoria especial, mas serem contrários à reforma.

O MBL ainda elogiou em seus posts a ministra Damares por defender o fim das indenizações às vítimas do regime militar. Segundo Damares, a Revista Isto É e o MBL, é preciso “acabar com essa farra”, pois a ditadura acabou há 35 anos.

Tivemos ainda na lista desta semana posts da página do Senado Federal informando sobre a sanção da lei que garante às mulheres operadas do câncer de mama a cirurgia plástica reparadora dos dois seios; uma matéria da Revista Veja sobre a investigação do patrimônio do ministro Gilmar Mendes e sua esposa pela Receita Federal; e um post de João Amôedo sobre a renúncia dos deputados do Partido Novo aos benefícios de auxílio-moradia e auxílio-paletó.

Em resumo, os posts mais compartilhados da semana foram oriundos de páginas da direita e da grande imprensa. Nenhum post da esquerda ou da mídia alternativa alcançou o ranking. Alguns elementos parecem incitar maior engajamento na rede: o personalismo, observado nas mensagens sobre a vida privada de Bolsonaro, o antipetismo e o antiesquerdismo, vistos sobretudo nos posts de ataque a Lula, e a defesa da redução do Estado, seja por reformas, seja pelo fim das indenizações e dos benefícios dos parlamentares. Não por acaso, estes elementos foram as bases do discurso que ganhou a última eleição e devem orientar as diretrizes do país nos próximos quatro anos. Está em curso o retrocesso nos campos dos direitos e da história.

[1] Tendo em vista nossos propósitos, foram excluídos desta tabela dois posts de Adilson Barroso e dois posts do G1, por não tratarem de política.

Por Natasha Bachini e João Feres Jr.

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