O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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Vaza Jato nos jornais – 04 de julho

Por Eduardo Barbabela, Juliana Gagliardi, Natasha Bachini e João Feres Jr

Marcello Casal JrAgência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e os ex-ministros Torquato Jardim e Raul Jungmann participam da cerimônia de comemoração de 197 anos da pasta.
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)

No 25o dia desde a eclosão do escândalo Vaza Jato, os jornais destacaram a criação da CPI das fake news no Senado por Davi Alcolumbre. Uma das motivações governistas para serem favoráveis a CPI é investigar os vazamentos divulgados pelo Intercept. A cobertura no total contou com 14 textos sobre o assunto.

O Globo

Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)

O jornal continua com sua cobertura acanhada, com apenas dois textos, sendo um deles uma reportagem que apresenta um breve perfil do deputado Boca Aberta (PROS-PR), responsável por entregar uma taça que imita o símbolo da Champions League a Sérgio Moro durante sua visita ao Congresso.

Estadão

Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)

O Estadão também apresentou cobertura tímida no dia 4 de julho, com apenas 4 textos. Um editorial critica tanto Moro quanto a oposição pelo espetáculo deprimente na Comissão de Constituição de Justiça. O jornal criticou tanto o PT, parte da oposição, por ter apelado para a confusão, que seria sua especialidade, quanto Moro, imprudente em se manter ministro após os diálogos serem divulgados. O convite para Glenn Greenwald ir à Comissão de Constituição e Justiça do Senado também foi divulgada pelo jornal.

Folha

Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)

A Folha de São Paulo continua como o jornal que mais destaca a Vaza Jato, com oito textos que citam o escândalo. O   novamente assume protagonismo na divulgação de novas informações sobre a Vaza Jato, divulgando carta escrita por Léo Pinheiro na qual ele nega ter sofrido coação da parte dos procuradores. A Folha também noticia que o acordo de delação de Pinheiro está parado há 5 meses na PGR. Em artigo de opinião, Mariliz Pereira Jorge   que Moro atua tal qual os bolsonaristas ao intimidar Greenwald com o pedido de relatório sobre sua movimentação financeira. Em outra reportagem, o jornal destaca a proposta de criar uma lei tal qual a lei Carolina Dieckmann para proteger procuradores e juízes.

 

Jornal Nacional

Não houve menção à Vaza Jato na edição de ontem (03/07) do Jornal Nacional.

Facebook

No dia 3 de julho, tivemos quatro posts entre os dez mais compartilhados no Facebook relacionados à Vaza Jato. Todos esses posts foram críticos a Moro e juntos somam mais de 50 mil compartilhamentos. A página do PSOL publicou as perguntas de dois de seus deputados a Moro durante a audiência da Câmara. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) questionou se seria verdade que Glen Greenwald estaria sendo investigado pela Polícia Federal, o  que ela considera uma perseguição à imprensa. Ela também questionou Moro quanto a seu silêncio sobre os escândalos envolvendo os ministros do Turismo e Onix Lorenzoni. Já o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), afirmou em post estar sendo intimidado por seus colegas, que o acusam de corrupção, e sugeriu que sejam quebrados seus sigilos telefônicos, bancário e fiscal desde que os de Moro também seja. Braga completou chamando Moro de “juiz ladrão”. Esta fala fez com que o ministro abandonasse a sessão e foi também  compartilhada nos posts da Mídia Ninja que compõem o nosso ranking para o dia 3. Em um deles, a Mídia Ninja destaca parte da fala do deputado: “Da história o senhor não pode se esconder. E o senhor vai estar sim nos livros de história, mas como um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa para fazer com que a democracia brasileira fosse atingida.”

 

Conclusão

As tendências da cobertura jornalística estão se consolidando. O editorial do Estadão revela a posição do jornal de extrema preocupação com o fato de o PT poder se beneficiar do escândalo ao mesmo tempo que defende que a posição de Moro se tornou insustentável devido aos vazamentos. O Globo mostra tendência consistente de defesa de Moro e da Lava Jato e de fechamento para qualquer texto crítico ao ex-juiz ou aos procuradores do Paraná. O Jornal Nacional confirma a posição do Grupo Globo, ignorando olimpicamente o escândalo mais uma vez. Por fim, a Folha de S.Paulo continua a ser o jornal a oferecer uma cobertura mais plural acerca do tema, assumindo às vezes posição crítica a Moro e à Lava Jato, mas sempre com o cuidado de publicar textos em apoio a eles.

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