O cão que nem sempre late: o Grupo Globo e a cobertura das eleições presidenciais de 2014 e 1998
Os estudos da mídia brasileira em períodos eleitorais têm consistentemente encontrado um viés contra políticos e partidos de esquerda, particularmente contra o Partido dos Trabalhadores. O presente trabalho é uma contribuição a essa literatura. Trata-se de uma comparação entre as coberturas eleitorais do Jornal Nacional e das capas do jornal impresso O Globo, ambos pertencentes ao Grupo Globo durante o período eleitoral de 2014. Queremos, primeiramente, testar a hipótese da continuidade do comportamento das mídias desta empresa. Uma vez confirmada essa hipótese, partiremos para o exame da hipótese do papel de “cão de guarda”. Para tal, comparamos os resultados das análises das eleições de 2014 e de 1998: duas campanhas para reeleição, com os mesmos partidos em competição, PT e PSDB, mas ocupando lugares opostos dos polos situação e oposição. Nossos resultados confirmam a tese da continuidade do viés antipetista e rejeitam o papel de cão de guarda. A metodologia utilizada para a análise das coberturas das três eleições é a análise de valências das notícias.
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