9 a 16 de setembro, 2018
Entre os dias 9 e 15 de setembro de 2018, as 155 páginas que monitoramos publicaram 9.867 posts, que geraram 7.157.727 compartilhamentos. As páginas que mais postaram no período foram as de mídia: UOL (436 posts), Estadão (435 posts) e O Globo (399 posts).
Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (9/9/2018 a 15/9/2018)
Os 20 posts da tabela acima concentram 9% do volume total de compartilhamentos alcançado pelas 155 páginas ao longo do período. Metade dos posts foi acompanhada de vídeo, e a outra metade, de foto.
As páginas da nova direita foram majoritárias no ranking dessa semana: a do Movimento Brasil Livre (MBL) foi a que mais emplacou posts (8), seguida da página do candidato Jair Bolsonaro (PSL) (5). Oficializada a candidatura de Fernando Haddad (PT), essas páginas passaram a dedicar-lhe postagens. O movimento listou algumas acusações de improbidade administrativa sofridas pelo candidato petista, que foi prefeito da cidade de São Paulo e ministro da Educação do governo Lula. As páginas também publicaram dados negativos sobre suas gestões, especialmente no que concerne às áreas de educação e saúde, e o identificou como alguém submisso às vontades do ex-presidente Lula. O MBL também recortou trechos da entrevista concedida por Haddad ao Jornal Nacional, afirmando que o candidato “tomou uma surra” de William Bonner, que atribuiu a recessão e os índices de desemprego atuais ao governo Dilma e ao PT.
Ciro Gomes (PDT) também foi alvo do MBL. No segundo meme mais compartilhado da semana, o grupo apresentou duas falas do candidato identificadas como contraditórias acerca da Operação, chamando-o de “hipócrita”. Em outra postagem, o pedetista e Marina Silva (Rede) foram intitulados como “ex-ministros de Lula”, numa tentativa de aproximá-los da candidatura do PT.
O MBL reproduziu ainda um tuíte de Danilo Gentili no qual o apresentador comentava o episódio de hackeamento de um dos grupos feministas mais numerosos do Facebook, “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”. Segundo Gentili, o movimento feminista brasileiro “é massa de manobra”, por não apoiar Marina, mas Haddad ou Ciro.
Já a página de Bolsonaro alcançou grande volume de compartilhamentos ao abordar o episódio da agressão sofrida pelo candidato. Foram divulgados vídeos dos atos de apoio a Bolsonaro e de pessoas públicas. Outro vídeo que gerou muitos compartilhamentos para a página do candidato foi o de uma adolescente que fez uma música gospel em sua homenagem.
No campo da esquerda, seguem na frente os posts das páginas de Lula e do PT. Embora Haddad seja o atual candidato à presidência do PT e venha sendo criticado pela militância bolsonarista, sua página ainda não se destaca no debate da redes. Nesse período, o vídeo do primeiro discurso de Haddad enquanto presidenciável, elencando feitos do governo Lula e ressaltando o ódio oriundo do conflito de classes no país, conquistou a 11ª posição no ranking.
Outro vídeo que gerou grande volume de compartilhamentos foi o de uma coletiva de imprensa concedida pelos dos advogados de Lula acerca de uma decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que se manifestou no sentido da garantia de sua candidatura, e o seu caráter vinculante, ou seja, que por ter participado da Convenção de Viena, o Brasil deve respeitá-la.
Garantiram ainda posições no ranking a reprodução do HGPE de Haddad, em que o candidato atribuiu às gestões de Temer, Alckmin e Dória a paralisação de obras na zona sul de São Paulo, e a leitura da Carta ao Povo Brasileiro na frente do prédio da Polícia Federal, onde Lula está preso, por Luiz Eduardo Greenhalgh. Na carta, o ex-presidente faz um balanço da atual conjuntura, afirma sofrer perseguição política e indica Haddad como seu substituto na cabeça da chapa à presidência da República.
Por fim, chamou a atenção a charge publicada pela revista Isto É, na qual Haddad é um boneco ventríloquo nas mãos de Lula, que se encontra atrás das grades.
Em suma, observamos que dois assuntos pautaram os posts mais compartilhados da semana: a recuperação de Bolsonaro e a oficialização da candidatura de Haddad à presidência. As candidaturas desses partidos seguem protagonizando as pesquisas de intenção de voto e o debate político no Facebook. Ciro Gomes cresce gradualmente nos dois ambientes, mas ainda aquém do desempenho de Bolsonaro e Haddad. Após o registro de Haddad, verificamos que as páginas da nova direita passaram a dedicar-lhe atenção. Este foi mencionando negativamente em quase todos os posts do ranking assinados por esse grupo. O comportamento de alguns veículos da grande imprensa também vem deixando cada vez mais claro o seu posicionamento, o que facilita a cooptação de seus conteúdos pela militância digital. Nesta reta final, as campanhas negativas tendem a se intensificar e o volume de desinformação na rede a aumentar. Recomendamos ao eleitor atenção e verificação das informações recebidas.