27 de janeiro a 2 de fevereiro, 2019
Entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.689 posts, que geraram 6.101.077 compartilhamentos.Entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.689 posts, que geraram 6.101.077 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (387 posts), O Globo (380 posts) e Exame (375 posts).
Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (27/1/2019 a 2/2/2019)
Os 20 posts da tabela acima concentram 14% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. O recurso mais empregado nessas postagens foi a foto (70%), seguido por vídeo (25%) e texto (5%).
Três temas se destacaram entre os posts mencionados na tabela: o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), a disputa à presidência do Senado e o falecimento do irmão do ex-presidente Lula.
Entre os posts sobre a tragédia em Brumadinho, destaca-se o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que publicou vídeo gravado no hospital onde se recupera de cirurgia, manifestando sua solidariedade à população e agradecendo a ajuda do exército de Israel nas buscas. A ajuda israelense também foi comemorada em post da página Ranking dos Políticos.
Os vídeos do momento em que estourou a barragem publicados em posts do G1 e do Portal R7 viralizaram na rede, garantindo-lhes posições no rol. Outro vídeo que alcançou muitos compartilhamentos foi o de uma funcionária da Sodexo que prestava serviços no local no momento do rompimento da barragem. Segundo ela, era conhecido o risco de rompimento e deveria haver mais de uma sirene de alerta na região. Houve ainda um meme do Vem Pra Rua Brasil criticando o governo estadual de Minas Gerais, liderado pelo PT, pelo atraso nos salários dos bombeiros que estão realizando os resgates.
O segundo assunto mais comentado no período foi a disputa pela presidência do Senado. Nas páginas do Vem Pra Rua Brasil e do Movimento Brasil Livre foram publicadas críticas ao ministro Dias Toffoli, do STF, por ter acatado o pedido de Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a votação secreta. Os dois perfis realizaram intensa campanha negativa sobre Renan e, nos memes publicados, afirmaram que o senador foi favorecido por diversas decisões do ministro.
A senadora Katia Abreu (PDT-TO) também foi criticada nos posts destes grupos por ter tomado uma pasta do então presidente da mesa-diretora e atual presidente da casa, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Para a senadora, o candidato não deveria presidir a mesa de votação, passando a função para o senador mais velho, no caso José Maranhão (MDB-MA). Cabe esclarecer que tanto na disputa pela presidência da Câmara quanto na do Senado, Dias Toffoli definiu que o voto fosse secreto, seguindo assim os regimentos das casas.
O terceiro assunto que mais rendeu compartilhamentos foi a autorização obtida por Lula para ver a família após o falecimento do seu irmão, Genival Inácio da Silva. As páginas Ranking dos Políticos e MBL sugeriram rapidez na avaliação do pedido por parte do Judiciário e afirmaram que, quando estava livre, Lula deixou de ir ao enterro de dois outros irmãos. Mais uma vez, as páginas distorcem os fatos. Enquanto preso em regime fechado, o ex-presidente tinha direito de ter ido ao velório. O ministro Dias Toffoli concedeu a autorização tardiamente, já durante o sepultamento, para que o ex-presidente fosse a São Paulo encontrar sua família em uma unidade militar da região e ainda sugeriu que a família poderia levar o corpo até Lula, se fosse sua vontade.
Em resumo, as formas de comunicação meméticas e as fake news continuam predominando no debate político do Facebook, que segue protagonizado pelas páginas da extrema direita. Entretanto, após empossado, Jair Bolsonaro deixou os ataques à oposição, especialmente ao PT, em segundo plano, e tal missão ficou a cargo dos grupos que o apóiam, como o MBL, o Vem Pra Rua e o Ranking dos Políticos. Outros atores atacados por essas páginas foram Dias Toffoli e Renan Calheiros, demonstrando a continuidade da estratégia de enfraquecer os poderes eleitos da República (no caso, o Legislativo) e de recorrer e, sobretudo, respeitar a Constituição, somente quando for conveniente. Após pouco mais de um mês do novo governo, há muitas polêmicas ao seu redor. Vejamos quais serão as cenas dos próximos capítulos.