O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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Vaza Jato nos jornais 30 de julho

Por Eduardo Barbabela, Juliana Gagliardi, Natasha Bachini e João Feres Jr.

José Cruz/Agência Brasil
O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante assinatura de acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Justiça e o Ministério Público do Trabalho.

dia51

No 51° dia de Vaza Jato as edições diárias dos jornais deram pouca importância ao escândalo, com apenas 16 textos. O principal assunto da cobertura foi a decisão da ANATEL de proibir ligações para o próprio número, após a ação dos hackers.

O GLOBO

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O Globo manteve cobertura tímida, com apenas três textos. Em editorial, o diário discute a importância de investigar a vida financeira dos hackers, que não teriam boas justificativas para suas movimentações. O editorial também repete a opinião de que não há nada comprometedor nas conversas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Em coluna, Merval Pereira defende o direito à liberdade de expressão do Intercept, entretanto afirma que a relação de Manuela D’Ávila no caso fortalece a hipótese de objetivos políticos na divulgação das mensagens.

ESTADÃO

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O Estadão também apresenta uma cobertura acanhada com apenas três textos. Em coluna, Fernão Lara Mesquita menciona o Intercept e a Folha, criticando o vazamento de mensagens que teria como objetivo libertar os bandidos e prender os mocinhos. O diário também noticia a proibição pela Anatel de chamadas para o próprio número, após as ações dos hackers.

FOLHA

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A Folha de São Paulo continua a destacar o escândalo, com 12 textos. Em editorial, o diário critica a portaria de Moro que indicaria inclinações à arbitrariedade. Artigo de Edison Lanza, relator especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, defende o trabalho da Intercept de divulgar as mensagens, mesmo que essas tenham origem ilegal. A Folha também divulga a afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que, para ele, Glenn Greenwald cometeu crime. Em entrevista, José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da FIESP, defende Moro na Lava Jato. Em reportagem, o jornal noticia o interesse do PT em investigar a interferência de Moro em eleição.

JORNAL NACIONAL

Na edição de ontem do Jornal Nacional (29/7) foram apresentadas duas matérias  abordando a temática de hackeamento. Uma delas (128s) sobre a prorrogação, por mais 90 dias, das investigações sobre a atuação dos suspeitos de hackear celulares de autoridades dos três Poderes. A matéria fala sobre os procedimentos da investigação, e produz nota do advogado de Walter Delgatti e foca, de modo geral, nos suspeitos e nas prisões preventivas.

Uma segunda matéria (175s) fala sobre o crescimento de ataques virtuais no mundo por hackers e sobre brechas de segurança em celulares, computadores e outros dispositivos.

Mais uma vez, o conteúdo das mensagens hackeadas, no caso da primeira matéria, não é mencionado. O telejornal, portanto, dá continuidade ao enquadramento de crime virtual para tratar a temática.

 

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CONCLUSÃO

Sem novos vazamentos, a questão do hacking tem sido explorada para manter o assunto vivo, principalmente com a hipótese levantada nos últimos dias de influência política nos crimes dos hackers. Estadão e O Globo assumem posição de total apoio a Moro e a Lava Jato, deixando a Folha isolada como o único meio a dar voz às opiniões críticas à operação e a seus principais protagonistas. Vejamos até que ponto esse estado de coisas se sustentará.

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