O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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16 a 22 de setembro, 2019

Por Natasha Bachini e João Feres Jr.

97ª semana de monitoramento: 16 a 22 de setembro de 2019. Entre os dias 16 e 22 de setembro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.197 posts, que geraram 3.016.509 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: O Globo (399 posts), Portal R7 (392 posts) e Veja (391 posts).
97ª semana de monitoramento: 16 a 22 de setembro de 2019.
Entre os dias 16 e 22 de setembro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.197 posts, que geraram 3.016.509 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: O Globo (399 posts), Portal R7 (392 posts) e Veja (391 posts).

Entre os dias 16 e 22 de setembro de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 7.197 posts, que geraram 3.016.509 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: O Globo (399 posts), Portal R7 (392 posts) e Veja (391 posts).

Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (16/9/2019 a 22/9/2019)[1]

 semana 97

Os 20 posts da tabela acima concentram 15% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. Os recursos mais frequentes nos posts foram foto (45%), vídeo (30%), link (20%) e texto (5%).

O presidente Jair Bolsonaro segue como a personalidade política cujos posts alcançam maior volume de compartilhamentos. Durante esta semana, seus posts mais populares trataram das queimadas na Amazônia, da redução dos impostos sobre importação de medicamentos e recursos médicos, da Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica e da intensificação das relações comerciais com os Estados Unidos.

Na liderança do ranking, temos um vídeo compartilhado por Bolsonaro no qual a indígena Ysani Kalapalo defende o governo das acusações sobre as queimadas no Xingu, alegando que essa prática é comum e necessária nesta época do ano para que sua aldeia possa plantar.

Na terceira e na quinta colocação, Bolsonaro listou os feitos do seu governo, destacando: a redução dos impostos sobre os medicamentos que combatem AIDS e câncer e sobre equipamentos médicos e informacionais; o investimento de empresas como a Toyota no país; o aumento das exportações do agronegócio para Indonésia e China; e a lei que garante aos produtores rurais o posse de armas. Em um desses posts, o leitor é direcionado para o site da família Bolsonaro, que, segundo seus idealizadores, tem por objetivo “desmentir as fake news produzidas pela imprensa”.

A MP da Liberdade Econômica foi abordada pelo presidente a partir da matéria do Jornal da Band, que enquadrou positivamente a redução da burocracia para os microempresários, como cabeleireiros e costureiras. Já a aproximação com os Estados Unidos foi enfatizada pelo presidente por meio da divulgação da entrevista da Fox Business com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que sublinhou “a mudança do caráter ideológico do governo brasileiro, historicamente mais alinhado à União Europeia e mais esquerdista que os Estados Unidos”. Ainda na entrevista, o ministro justificou esse alinhamento do passado com “a preferência de certa elite intelectual brasileira, que defende o Estado de bem-estar social”, e afirmou que “o povo pensa de maneira diferente e apoia o governo na abertura da economia”.

A novidade desta semana foi o retorno do movimento Vem Pra Rua Brasil à lista. O alvo do movimento de direita foi o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, por “atrasar a votação do pacote anticrime e acelerar a do Fundão Eleitoral”. Foram publicados vários memes na página que traziam Maia com expressão aflita, fotos de volumosas quantias de dinheiro e aviões a jato, com os quais o grupo ataca a possibilidade de aprovação do fundo.

Tivemos também dois posts de páginas de esquerda compondo o rol dos mais compartilhados. Um deles, da página Falando Verdades, ironizou o aumento da gasolina: “Uma dica para bolsominions patriotas: a gasolina vai aumentar. Faz arminha, fala que o Lula tá preso, chama o Bozo de mito e pede desconto no posto”. O outro, da página Sudaka, ridicularizou a foto em que o presidente aparece vestindo cinta cirúrgica por cima da roupa: “O cara não tem um amigo para avisar que cinta cirúrgica se usa por debaixo da roupa”.

Por fim, os posts da grande imprensa que alcançaram o ranking trataram de diferentes assuntos. O Estadão, que ocupa a 10ª. colocação, noticia a morte de Henrique Valladares, executivo da Odebrecht que delatou Aécio Neves e Edison Lobão. O G1 registrou em matéria a nova lei, que obriga autor de violência doméstica a ressarcir governo por atendimento à vítima, e a premiação de R$ 120 milhões da Mega-Sena pelo grupo de assessores do PT.

Em resumo, nesta semana o debate político no Facebook foi pautado especialmente por dois assuntos: as realizações do governo Bolsonaro e a votação do fundo eleitoral. As críticas ao governo e as abordagens negativas à política, de modo geral, ficaram a cargo do movimento Vem Pra Rua Brasil, de algumas páginas de esquerda e da grande imprensa. Contudo, se compararmos com a discussão realizada pelos editoriais, vemos que repercutiram mais na plataforma matérias sobre outros assuntos. Seguimos observando a dinâmica política na rede.

[1] Excluímos da lista desta semana um post do SBT e outro da Rede Globo, por não tratarem de Política.

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