Nota Metodológica – 2021
A apropriação política das mídias sociais no Brasil e no mundo alcançou tamanha proporção que se tornou quase impossível falar sobre política sem abordar a dinâmica conversacional da internet. Atualmente, a maioria das instituições, organizações e políticos possui páginas ou perfis nessas plataformas e as utiliza para se comunicar com a população. Esta, por sua vez, participa e se engaja cada vez mais nas discussões políticas.
Diante da crescente importância da comunicação digital para a política, iniciamos, em novembro de 2017, o projeto M Facebook com o objetivo de monitorar o debate político promovido na plataforma por páginas públicas brasileiras. Desde então, coletamos e analisamos as publicações das principais páginas relacionadas à política no país.
Na pesquisa, combinamos métodos da estatística descritiva e da análise de discurso. Após a coleta de todos os posts publicados pelas páginas no período recortado com o aplicativo Facepager, sistematizamos os dados e observamos quais atores e posts que incitam maior engajamento, os recursos (vídeo, link, foto, álbum, áudio, status) utilizados nas publicações, os assuntos que pautam o debate na rede e os enquadramentos adotados, sempre tendo em vista as relações conjunturais postas, o alinhamento discursivo entre os atores e as repercussões midiáticas e institucionais destas publicações.
Em março de 2021 alteramos o desenho do nosso monitoramento e o formato de relatório, que passou a ser quinzenal. Ampliamos a amostra para 849 páginas, que foram divididas em três macro categorias: a) Personagens Políticos, b) Mídia e c) Instituições e Organizações, que abrangem outras 16 subcategorias, respectivamente: a) Presidente/a; Vice-presidente/a; Ex-presidente/a; Senador/a; Dep. Federal; Governador/a; Vice-Governador/a; Prefeito/a; Ministro/a; Candidato/a em 2018 e Outros; b) Mídia Alternativa e Mídia Tradicional; e c) Instituições Políticas; Movimentos Sociais/Sindicatos e Partidos Políticos.
Além da habitual análise qualitativa dos 10 posts mais compartilhados no período, incorporamos ao relatório a análise dos 2 posts mais compartilhados por subcategoria (partidos políticos; parlamentares; prefeitos/as; governadores/as; mídia tradicional; mídia alternativa; movimentos sociais/sindicatos) e novos gráficos com dados sobre: a quantidade de diária de postagens realizadas pelas páginas monitoradas; os recursos utilizados nas publicações; as 10 páginas com maior soma de engajamentos (curtidas, comentários, compartilhamentos e reações) da amostra total e das sete subcategorias mencionadas; as 10 páginas com melhor taxa de interação (nº de engajamentos dividido pela quantidade de posts feitos pela página no período) por macro categoria; uma nuvem de palavras com os termos mais frequentes entre os 1000 posts mais compartilhados; e, por fim, uma tabela com reações desencadeadas pelos 2 posts mais compartilhados entre as páginas abarcadas pelas 7 subcategorias indicadas.
Com esta reformulação metodológica, nosso relatório apresenta novas informações que permitem observar o desempenho dos diferentes atores no debate político na rede em seus campos de atuação.
Esperamos que essa proposta amplie as possibilidades de análise sobre este importante fenômeno que reconfigura a dinâmica política contemporânea e contribua para futuras pesquisas do campo.