O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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DONI # 24 – De 9 a 15 de setembro

No DONI semanal são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente, ou algum personagem ou Instituição do Governo Federal, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Esta semana foram analisados 102 textos.

Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]

O Estadão foi o mais negativo, com IV[2] de – 0,86, seguido pelo Globo, com – 0,37 e a Folha, com -0,23.

Todos apresentaram pelo menos dois textos favoráveis ao governo essa semana.

Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal

Dois dos quatro principais temas da semana estão relacionados à reforma ministerial. O debate acerca da reforma manteve sua importância com o final do processo. Os jornais continuaram a insistir no enquadramento[3] crítico às escolhas do governo para os Ministérios, afirmando que Lula pensa apenas em sua governabilidade e não na eficiência dos escolhidos.

Outro tema de grande relevância foi o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul. Apesar de notarmos que na mídia televisiva e na internet houve críticas insistentes ao presidente Lula por não ter ido ao Rio Grande do Sul, tal enfoque não foi o dominante nos jornais. Estes, em vez de destacarem a ausência do presidente, concentraram seus esforços em apontar que o governo federal, embora tenha agido com atraso, trabalhou para reduzir os danos no estado. A figura que obteve destaque nesses textos foi o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Por fim, o último tópico discutido foi a escolha do ministro que sucederá a Rosa Weber no STF. Os jornais debateram os nomes que surgiram e também repercutiram a campanha para que a próxima escolhida seja uma mulher negra, destacando que ministros como Anielle Franco e Silvio Almeida são favoráveis a tal escolha.

Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[4]

Como os IVs dos jornais já anunciava, essa semana os jornais aumentaram a intensidade das críticas ao Governo. É notável a presença de chamadas contrárias nas capas, algo que indica disposição dos editores de dar maior relevância às críticas, pois induz o leitor a buscar a matéria dentro da edição. Os editoriais também se mostram mais negativos essa semana, o que reflete a política adotada nas chamadas.

Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal

Essa semana, o Globo ficou na liderança de negatividade, com IV – 1,22, seguido pelo Estadão com –1 e a Folha com IV igual a –0,37.

Gráfico 5. Temas mais presentes na cobertura do Presidente Lula

Da mesma forma como ocorreu na cobertura do Governo Federal, a Reforma Ministerial e a sucessão no STF ocuparam uma parte significativa das notícias relacionadas ao Presidente Lula. Entretanto, tivemos três outros temas na cobertura do presidente que merecem nossa atenção: a anulação das provas da Lava Jato, a reunião do G20 e as falas de Lula sobre o Tribunal Penal Internacional.

O tema principal da cobertura de Lula foi a decisão de Dias Toffoli de anular as provas do caso da Lava Jato. Tal decisão foi muito criticada e interpretada pelos jornais como evidência de que o STF teria uma disputa política interna, o que comprometeria a credibilidade da instituição. Os jornais afirmam que a anulação foi uma ação de Toffoli para se reaproximar de Lula e que, a despeito dela, a corrupção na Petrobras não será apagada.

O segundo tema foi a reunião do G20, que gerou dois assuntos: o próprio fórum e a fala de Lula sobre o TPI. Sobre o G20, os jornais destacaram as críticas de Lula aos países ricos e sua proposta para combater as mudanças climáticas e a fome. Os jornais se opuseram à sugestão do presidente de que o presidente da Rússia poderia ir ao país e o acusaram de descaso com o TPI. Os jornais aproveitaram para reforçar sua desaprovação à prática de Lula de fazer discursos improvisados, afirmando que mesmo com uma assessoria reforçada, o presidente manteve a sina de proferir falas infelizes para audiências internacionais.

Gráfico 6. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto

A cobertura em torno de Lula se mantém menor quando comparada àquela dedicada ao Governo Federal. Cada um dos jornais apresenta um tipo de texto com o maior número de negativos: no Estadão são os editoriais, na Folha e O Globo, as Colunas.

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DONI

O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.

Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.

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[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.

[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula , na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.

[3] Os enquadramentos dizem respeito ao modo como a mídia trata os diversos temas apresentados, associando a eles argumentos e narrativas, para além da pura negatividade ou positividade capturada pelas valências.

[4] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.

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