DONI # 41 – 03 a 09 de Fevereiro de 2024
No DONI semanal são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente, ou algum personagem ou Instituição do Governo Federal, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Esta semana foram analisados 92 textos.
Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]
O Globo foi o mais negativo, com IV[1] – 1,22, seguido pela Folha, com – 1,08 e o Estadão, com IV de – 0,69.
[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula , na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.
Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal
O destaque da semana recai sobre a relação entre o Planalto e o Congresso. A ausência do presidente da Câmara, Arthur Lira, levanta preocupações sobre uma possível crise com o Executivo, indicando sua determinação em promover sua própria agenda. A disputa se intensifica em torno do controle do orçamento. No entanto, os jornais destacam os esforços para desmembrar o bloco liderado por Lira, que tem bloqueado a agenda do governo.
O segundo tema abordado são as contas públicas. Os três jornais pontuam que, apesar dos esforços de Fernando Haddad em promover a responsabilidade fiscal, o Brasil continua enfrentando desafios significativos relacionados à mudança frequente das regras fiscais, o que dificulta a estabilidade e previsibilidade necessárias para uma gestão fiscal sólida. A recente elevação das taxas de juros domésticas serve como um alerta para a necessidade urgente de um plano abrangente de redução de gastos, em vez de depender apenas do aumento da arrecadação.
A terceira posição aborda o debate sobre o próprio Governo Lula. Os jornais consideram que há uma maior ênfase na área econômica em detrimento da área social, com prioridade dada aos ministros da área pelo presidente. Essa priorização gerou discussões e críticas sobre a distribuição de recursos e políticas públicas. Além disso, os jornais destacam que Lula enfrenta desafios significativos diante de um Congresso hostil e de dificuldades internas em seu próprio partido, que impactam a sua capacidade de governar.
Finalmente, o quarto tema destaca as investigações sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A cobertura destaca a preocupação dos jornais com a transformação da agência durante o governo Bolsonaro, que tem sido comparada a uma polícia política. A falta de escrutínio por parte da sociedade civil e do Legislativo emerge como uma das principais razões por trás da crise enfrentada pela instituição.
Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[3]
Esta semana, a mídia intensificou as críticas ao Governo Federal, com um destaque notável nas abordagens negativas. A Folha e O Globo, ao distribuírem textos negativos em todas as modalidades, demonstraram uma cobertura particularmente crítica. Já o Estadão optou por seguir uma abordagem semelhante, priorizando textos negativos em quase todos os tipos de texto, exceto nas manchetes.
[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal
Essa semana, o Globo ficou na liderança do Índice, com um IV positivo de 0,1, seguido pelo Estadão, com IV de –0,2, e a Folha com IV igual a –0,87.
Gráfico 5. Temas mais presentes na cobertura do Presidente Lula
Assim como na cobertura do Governo Federal, as discussões sobre a relação entre o Executivo e o Legislativo e o Governo Federal ocuparam uma parte significativa das notícias relacionadas ao Presidente Lula. Contudo, dois outros temas também tiveram destaque essa semana: Eleições 2026 e a Operação Tempus Veritatis.
Dois personagens foram destacados na cobertura sobre Lula e as Eleições de 2026. O primeiro foi José Dirceu, que afirmou ser possível retornar ao cenário público em 2026, o que traria dificuldades ao atual presidente segundo os jornais. O segundo foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Para os jornais, o apoio de Lula à reeleição de Tarcísio em 2026 surge como uma surpresa e um aceno antecipado visando a reeleição em 2026.
O segundo tema foi a Operação Tempus Veritatis, que focou em Jair Bolsonaro. A cobertura destaca o tom parcimonioso de Lula em relação aos militares e a defesa da presunção da inocência do atual presidente. Lula, todavia, não exime Bolsonaro de culpa, demonstrando um equilíbrio entre respeitar os princípios legais e manter a responsabilidade política.
Gráfico 6. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto
A cobertura em torno de Lula continua sendo menor em comparação àquela dedicada ao Governo Federal. A Folha apresenta textos negativos em todas as modalidades, enquanto o Estadão o faz apenas em artigos de opinião, chamadas e editoriais. Já O Globo, que não apresenta texto negativo sobre Lula, apresenta seu único texto favorável nos Editoriais.
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DONI
O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.
Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.
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[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula , na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.
[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
