DONI # 71 – 31 de Agosto a 06 de Setembro de 2024
No DONI semanal, são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente Lula ou algum personagem ou instituição do Executivo, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Nesta semana, foram analisados 84 textos.
PRINCIPAIS DESCOBERTAS
Venezuela: Os jornais continuaram com o posicionamento crítico ao governo, cobrando ações mais fortes quanto à prisão de Edmundo González, opositor de Maduro.
Política Fiscal: Os jornais reforçam as críticas aos gastos do governo, argumentando que as despesas impedem investimentos estatais.
Estadão: O veículo se destaca como o principal crítico a Lula e ao governo. Foram onze editoriais contra o governo e doze contra o presidente.
Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]
O mês de agosto termina com o Estadão como o jornal mais desfavorável ao governo, com IV[1] de – 1,09, seguido pelo Globo, com – 0,57 de IV, e a Folha, com – 0,56. O IV de agosto é de – 0,74. O mês de setembro começa com o Estadão também como o mais desfavorável, com o impressionante IV de – 4,5, seguido pela Folha, com 1,37, e o Globo, com – 0,82. O IV geral de setembro até o momento é de – 1,65.
[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações do presidente ou do Governo Federal em diferentes áreas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente é retratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual “F” é o n° de favoráveis, “C”, o n° de contrárias, “A”, o n° de ambivalentes e “N”, o n° de neutras.
Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal e de Lula
O destaque foi a cobertura sobre a política fiscal. Os textos consideram positivo o crescimento da arrecadação em 2025, porém criticam a gestão do orçamento. Os jornais afirmam que o governo repete erros passados, o que resulta em uma política fiscal sem credibilidade.
O segundo assunto debatido foi novamente a Venezuela. Os jornais reforçam as críticas à posição do governo de dialogar com a Venezuela e não ter uma posição firme quanto à prisão de Edmundo González, candidato opositor de Maduro.
Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[3]
Nesta semana, a imprensa subiu o tom contra o Governo Federal. O Estadão priorizou as abordagens desfavoráveis nos editoriais, foram onze, no total. A Folha apresentou peças contrárias nas chamadas, artigos de opinião, colunas e nos editoriais. Finalmente, o Globo trouxe textos negativos em todos os tipos de texto, com prioridade para os editoriais.
[3] Neste gráfico, vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que apresentam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal
Em agosto, o Estadão foi o jornal mais crítico a Lula, com IV de -1,83, seguido pela Folha, com –1,13, e o Globo, com -0,86. O IV total de agosto é de -1,21. Em setembro, a ordem continua a mesma: o Estadão como o mais desfavorável, com -7,00, seguido pela Folha, com IV de – 1,57, e o Globo com – 1,33. No momento, o IV total de setembro é de – 2,41.
Gráfico 5. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto
Nesta semana, o Estadão citou Lula negativamente em 12 editoriais e 3 colunas. Já o Globo dividiu suas críticas ao presidente entre 7 editoriais, 4 chamadas e 5 colunas. Na Folha, o destaque desfavorável foi distribuído nas 2 chamadas de capa e 4 editoriais.
Em resumo, a análise dos textos temáticos dos jornais brasileiros sobre o governo Lula revela uma contínua abordagem desfavorável, com destaque para o Estadão, com a maior proporção de textos desfavoráveis ao governo e ao presidente.
A análise dos temas nos permite observar que as três publicações fazem oposição ao governo, principalmente nos debates sobre a Venezuela e a política fiscal, temas presentes ao longo do mês de agosto.
Novamente notamos falta de pluralismo interno dos jornais, representado pelo número desproporcionalmente menor de favoráveis ou mesmo ambivalentes. O mesmo pode se dizer em relação ao pluralismo externo, pois os posicionamentos em relação aos diferentes temas são muito similares e quase sempre de oposição ao governo e a Lula.
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DONI
O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.
Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.
Apoio:
[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.
[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
