DONI # 117 – 17 a 25 de Julho de 2025
No DONI semanal, são examinados os textos que citam o governo federal, o presidente Lula ou algum personagem ou instituição do Executivo, publicados nos jornais O Globo, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. A análise abrange manchetes, chamadas de capa, artigos de opinião, colunas e editoriais [1].
[1] Páginas 2, 3 e 4, da Folha de S.Paulo, e páginas 2 e 3, dos jornais O Globo e Estado de S.Paulo.
PRINCIPAIS DESCOBERTAS
Tarifaço: Os jornais sugerem a Lula negociar com Donald Trump para evitar as tarifas ao país.
Política Fiscal: A imprensa critica o governo Lula, por incúria fiscal com o aumento de gastos.
Posicionamento Editorial: O Estadão aparece como o veículo mais crítico a Lula,
enquanto a Folha apresenta a cobertura mais negativa ao governo federal.
Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[2]

Em julho, a Folha supera o Estadão no topo do ranking do jornal mais desfavorável, com IV3
de – 0,97, seguida de perto pelo outro jornal paulistano, com – 0,96, e pelo Globo, com – 0,78.
O IV de julho foi de – 0,89, o menor desde novembro de 2024.
[1] Páginas 2, 3 e 4, da Folha de S.Paulo, e páginas 2 e 3, dos jornais O Globo e Estado de S.Paulo.
[2] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações do presidente ou do Governo Federal em diferentes áreas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente é retratado é negativa ou desfavorável.
[3] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual “F” é o n° de favoráveis, “C”, o n° de contrárias, “A”, o n° de ambivalentes e “N”, o n° de neutras.
Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal e de Lula

Nesta semana, o tarifaço dos Estados Unidos continua como o principal assunto em discussão, com foco na dificuldade do governo brasileiro de negociar com os norteamericanos. Os jornais sugerem a Lula conversar com Trump para evitar a crise entre os dois países.
O segundo tema mais abordado foi a política fiscal brasileira. A cobertura do tema, recorrente este ano, adota uma fórmula de críticas sistemáticas à gestão econômica do governo federal, considerada equivocada pelo aumento de gastos. As publicações classificam o manejo das contas públicas como incúria fiscal.
Por fim, o terceiro tópico mais comentado foi o desdobramento das relações exteriores. Com a ameaça de imposição da sobretaxa, a imprensa começa a discutir sobre acordos internacionais, como o caso da assinatura de novos termos entre os EUA e a União Europeia. Os jornais destacam que o Brasil deve denunciar os EUA na OMC e não baixar as tarifas do etanol.
Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[4]

No período analisado, o Estadão priorizou posicionamento negativo nos editoriais, com nove edições. A Folha apresentou três editoriais desfavoráveis. Já o Globo registra quatro chamadas contrárias.
[4] Neste gráfico, vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na seção de opinião, por meio de colunistas e artigos de convidados.
Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal

Em julho, o Estadão mantém a posição de jornal mais crítico a Lula, com IV de – 1,38, seguido pelo Globo, com – 0,70, e a Folha, com -0,64. O IV de julho foi de – 0,82, o menor desde novembro de 2024.
Gráfico 5. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto

O Estadão focou as críticas ao presidente nos editoriais — com 10 textos contrários. O Globo, por sua vez, apresentou posicionamento desfavorável a Lula em colunas e editoriais, com duas publicações negativas em cada. Na Folha, os editoriais e os artigos de opinião se sobressaíram, com quatro publicações desfavoráveis ao presidente cada.
Nesta semana, as três publicações discutem as possibilidades de negociação entre Brasil e EUA. Os jornais sugerem que Lula dialogue com Trump, mas destacam que as respostas indicam que esse não foi o caminho escolhido, como no caso do etanol. Também ressaltam a repercussão internacional das tarifas impostas por Trump ao Brasil e a outros países. Por fim, mantendo-se fiel ao bordão, a imprensa critica o governo por supostamente aumentar os gastos fiscais.
Para baixar o nosso relatório, clique aqui.
DONI
O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ).
Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.
Expediente:
Natália Paiva – Coleta e codificação de dados
Eduardo Barbabela – Revisão de dados, análise e redação
Pollyanna Brêtas – Redação e revisão
João Feres Junior – Revisão, redação e análise
André Madruga – Divulgação
Lidiane Vieira – Divulgação
[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.
[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
