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O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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DONI # 94 – 01 a 07 de Fevereiro de 2025

No DONI semanal, são examinados os textos que citam o governo federal, o presidente Lula ou algum personagem ou instituição do Executivo, publicados nos jornais O Globo, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. A análise abrange manchetes, chamadas de capa, artigos de opinião, colunas e editoriais[1].


[1] Páginas 2, 3 e 4, da Folha de S.Paulo, e páginas 2 e 3, dos jornais O Globo e Estado de S.Paulo.

PRINCIPAIS DESCOBERTAS

Taxação do Aço: A decisão do presidente dos EUA de impor tarifas à importação do aço brasileiro foi considerada negativa pela imprensa, que elogiou a cautela do governo Lula. Os textos ainda destacam que o país deve evitar se posicionar entre EUA e China para proteger a economia brasileira.

Política Fiscal: Os textos continuam a reclamar das propostas fiscais do Executivo. Nesta semana, as emendas parlamentares também são alvo de reportagens negativas.

Posicionamento Editorial: Os principais jornais brasileiros de circulação nacional acentuaram sua cobertura negativa em fevereiro, embora o Índice de Valência (IV), na segunda semana do mês, tenha recuado suavemente. O IV acumulado na cobertura do governo federal é o segundo mais negativo nos últimos dois anos.

Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[2]

O mês de fevereiro continua com uma cobertura extremamente desfavorável para o governo. O Estadão continua como o jornal mais negativo, com IV[1] de – 2,3, seguido pela Folha, com – 1,38, e pelo Globo, com – 1,19. O IV de fevereiro até o momento é de – 1,58, o segundo mais negativo até o momento na cobertura dos dois anos de análise do governo petista, perdendo apenas para março de 2023.

[2] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações do presidente ou do Governo Federal em diferentes áreas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente é retratado é negativa ou desfavorável.

[3] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual “F” é o n° de favoráveis, “C”, o n° de contrárias, “A”, o n° de ambivalentes e “N”, o n° de neutras.

Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal e de Lula

Nesta semana, o principal assunto da cobertura dos jornais foi a taxação dos Estados Unidos ao aço brasileiro e a cautela do governo Lula em reagir. Os jornais lamentam os possíveis reflexos da decisão de Trump na economia brasileira, porém destacam o posicionamento do petista e do governo. Os textos ainda mencionam que Lula prometeu reciprocidade.

O segundo tema mais abordado foi a política fiscal. Os jornais novamente criticam os gastos do governo. Os textos relembram que o BC condiciona o aumento de juros à saúde das contas públicas. Além de defenderem corte de despesas, as publicações reclamam dos gastos com as emendas parlamentares.

Finalmente, a possibilidade de explorar petróleo na margem equatorial também foi destaque na cobertura da imprensa. Os jornais acusam o governo de não respeitar os ritos legais de licenciamento, e lamentam que o presidente Lula pressione os órgãos responsáveis para acelerar a exploração de petróleo na Amazônia. Por sua vez, os textos elogiam o posicionamento de Marina Silva, contrária à medida.

Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[4]

Nesta semana, o Estadão apresentou posicionamento fortemente negativo, com destaque para seus editoriais dessa natureza — foram onze, no total. O Globo priorizou as chamadas contrárias, com sete edições, mas também publicou um número generoso de colunas contrárias. Já na Folha, as colunas foram as mais desfavoráveis, concentrando seis textos, seguidas pelas chamadas.

[4] Neste gráfico, vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na seção de opinião, por meio de colunistas e artigos de convidados.

Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal

O mês de fevereiro começa com uma cobertura extremamente desfavorável para Lula. O Estadão continua como o veículo mais contrário ao presidente, com IV de – 2,78, seguido pela Folha, com – 1,93, e pelo Globo, com – 1,11. O IV de fevereiro até o momento é de – 1,87.

Gráfico 5. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto

O Estadão concentrou as críticas ao presidente nos editoriais, com nove textos contrários. O Globo, por sua vez, adotou um posicionamento desfavorável a Lula em chamadas, com quatro publicações negativas. Na Folha, as colunas registraram sete menções contrárias.

Em resumo, a análise dos textos temáticos dos jornais brasileiros sobre o governo Lula revela uma abordagem predominantemente crítica, com destaque para o Estadão. A cobertura contra o petista se intensificou, acompanhada de um tom mais severo por parte da imprensa.

As três publicações priorizam questões econômicas. A taxação sobre a importação do aço brasileiro pelo mercado americano recebeu ampla cobertura. Os jornais defendem cautela para evitar novo aumento de tarifas sobre produtos nacionais. Na política fiscal, as críticas ao governo se repetem, acompanhadas da defesa do ajuste fiscal. No entanto, as emendas parlamentares voltaram a ser alvo de reprovação por elevarem despesas. Quanto à exploração de petróleo na margem equatorial, os jornais acusam o governo de querer acelerar o processo de licenciamento, enquanto elogiam Marina Silva por se posicionar contra o presidente.

Para baixar o nosso relatório, clique aqui.

DONI

O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ).

Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.

Apoio:

[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.

[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.

[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.

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