O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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21 a 27 de abril, 2019

Entre os dias 21e 27 de abril de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.680 posts, que geraram 5.063.061 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (562 posts), Catraca Livre (527 posts) e Portal R7 (515 posts).

Entre os dias 21e 27 de abril de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.680 posts, que geraram 5.063.061 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (562 posts), Catraca Livre (527 posts) e Portal R7 (515 posts).Entre os dias 21e 27 de abril de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.680 posts, que geraram 5.063.061 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (562 posts), Catraca Livre (527 posts) e Portal R7 (515 posts).

Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (21/4/2019 a 27/4/2019)[1]

 semana 76

Os 20 posts da tabela acima concentram 12% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. Os recursos mais empregados nos posts foram a foto (40%), seguida do vídeo (35%) e do link (25%).

O post mais compartilhado da semana foi da União Nacional dos Estudantes (UNE). A entidade reagiu à proposta do governo federal de reduzir os investimentos nos cursos de Filosofia e Sociologia. A publicação apresenta uma mensagem simples e objetiva: “Eu defendo a Filosofia”, “#bolsonarorespeiteauniversidade”.

Outro post que tratou do assunto e alcançou o ranking foi o de Guilherme Boulos, que ironizou: “o fato de Bolsonaro ser incapaz de formular três frases seguidas com nexo não lhe dá o direito de privar milhares de jovens de estudar ciências humanas. Aliás, se tivesse um bom conselheiro, poderia se matricular com Moro numa boa faculdade de Letras”.

O assunto mais comentado da semana continua sendo a Reforma da Previdência. Entretanto, o volume de compartilhamentos de mensagens contrárias à iniciativa aumentou. A liberação de 40 milhões em emendas parlamentares por deputado pelo governo federal foi tema do segundo post mais compartilhado da semana, que também esteve presente no ranking da semana anterior, assinado por Boulos, e de matéria da revista Fórum, que denunciou a compra de votos para a aprovação da Reforma, compartilhada pela Mídia Ninja.

Do lado dos entusiastas da Reforma, destacaram-se os posts do Movimento Brasil Livre e de Kim Kataguiri, que acusam os partidos considerados de esquerda (PT, PSOL, PC do B e REDE) de garantir a aposentaria especial para seus deputados e deverem milhões em contribuição previdenciária.

O segundo assunto mais discutido na rede foi o pregão eletrônico promovido pelo Superior Tribunal Federal (STF) para “serviços de fornecimento de refeições institucionais”, com gasto estimado de R$1,134 milhão.  O menu extremamente requintado exigido pelo edital foi criticado por diversos veículos da imprensa, cujas reportagens viralizaram na rede, como a do Estadão, da Veja e da Revista IstoÉ, que apresentaram títulos como “STF esbanjando” e “Supremo banquete”.

O presidente emplacou três posts na lista desta semana: sua costumeira live, e dois posts sobre o encontro com menina Yasmin e sua família, que moram em Estrutural, região periférica do Distrito Federal. Yasmin foi presenteada com a camisa do Flamengo após ter se recusado a falar com o presidente em evento de sua escola. O vídeo registrando o momento foi compartilhado pela Mídia Ninja.

Em sua live, o presidente declarou que o líder do governo na Câmara, o deputado Victor Hugo (PSL-BA) está recebendo propostas de deputados para resolver problemas regionais; cumprimentou todas as políticas (civil, militar e federal) pela diminuição do número de homicídios no Brasil, e em particular o governador Camilo Santana (PT-CE) pelo Ceará ter registrado o menor índice entre os estados; confirmou o fim do horário de verão; e cumprimentou o ministro Alexandre de Moraes por revogar sua decisão acerca das matérias negativas à Toffoli. Além disso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que haverá Enem esse ano, mas que a prova não terá “questões ideológicas”. O ministro orientou que os estudantes foquem sua atenção em conhecimentos de Matemática e Ciências, esquecendo-se que a Sociologia também uma ciência. Weintraub defendeu ainda, inspirado no caso japonês, a suspensão de recursos para os cursos de Filosofia e Sociologia, considerados por ele cursos de pessoas muito ricas, e a destinação dessa verba para cursos que, segundo ele, “gerem ofício e renda para as pessoas”. No fim da live, o presidente assinou um decreto apresentado pelo advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, que retira o sigilo bancário de operações com recursos públicos.

Por fim, tivemos três posts de ataque aos jornalistas e às mulheres considerados de esquerda. Dois deles foram publicados pelo MBL e o outro pelo senador Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ). Nos posts do MBL, Alexandre Garcia em entrevista à Danilo Gentili, afirma que os professores dos cursos de jornalismo estão ensinando seus alunos a ser “militantes ideológicos”, e a deputada Manuela D’Avilla (PC do B-RS) foi acusada de “falar merda” sobre as declarações indígenas. Já Eduardo chamou algumas deputadas de desequilibradas por se manifestarem em sessão da Comissão de Constituição e Justiça sobre a Reforma da Previdência.

Em resumo, observamos que embora a direita continue obtendo maior número de compartilhamentos no Facebook, os posts da oposição conquistam cada vez mais espaço na rede. No ranking desta semana, tivemos cinco posts contrários ao governo federal sobre o fim dos investimentos nos cursos de Sociologia e Filosofia e a compra de votos para aprovação da Reforma da Previdência. Já o esbanjamento dos recursos do STF, repercutido na imprensa, são criticados por ambos os lados do espectro político.

Seguimos acompanhando as ações e projetos elitistas do governo, que reduz os investimentos em Educação a partir de um falaciosa defesa das ciências duras, esquecendo-se que a Filosofia é mãe de todas as ciências e que a Sociologia tem papel fundamental no diagnóstico e superação dos problemas sociais, mas não hesita em gastar milhões para a aprovação de uma Reforma que tende a acentuar as mazelas sociais, e sua avaliação pelos internautas.

 

 

 

 

[1] Tendo em vista nossos propósitos, foram excluídos da lista dois posts do G1 por não tratarem de Política.

Por Natasha Bachini e João Feres Jr.

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