O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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28 de abril a 4 de maio, 2019

Entre os dias 28 de abril e 4 de maio de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.142 posts, que geraram 5.230.553 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (555 posts), Catraca Livre (518 posts) e Portal R7 (507 posts).

Entre os dias 28 de abril e 4 de maio de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.142 posts, que geraram 5.230.553 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (555 posts), Catraca Livre (518 posts) e Portal R7 (507 posts).Entre os dias 28 de abril e 4 de maio de 2019, as 158 páginas que monitoramos publicaram 10.142 posts, que geraram 5.230.553 compartilhamentos. As páginas que mais postaram nessa semana foram: UOL (555 posts), Catraca Livre (518 posts) e Portal R7 (507 posts). Desde a semana passada, observamos aumento significativo do volume de posts das páginas da imprensa.

Tabela 1: 20 posts mais compartilhados da semana (28/4/2019 a 4/5/2019)[1]

 

Os 20 posts da tabela acima concentram 15% dos compartilhamentos obtidos pelas 158 páginas ao longo do período. Os recursos mais frequentes nos posts foram link (45%), seguido de foto (30%) e vídeo (25%).

Após alguns meses, a página do presidente Lula voltou ao ranking do Facebook. Trechos da entrevista que Lula concedeu à Mônica Bergamo (Folha) e Florestan Fernandes (El País) viralizaram na rede, garantido à página a primeira colocação e mais duas outras na lista. No post mais compartilhado da semana, Lula orienta sobre o que fazer para superar a crise, relembra feitos do seu governo e critica a atual proposta de Reforma da Previdência: “(Bolsonaro) Sente com os trabalhadores, com os empresários, os deputados, os políticos… coloque o povo no orçamento da União, gere crédito, gere emprego… quer pegar do aposentado e do velhinho R$1 trilhão? É de dar vergonha”.

No início da entrevista, cuja íntegra foi o terceiro vídeo mais compartilhado, Lula denunciou o conluio do qual foi vítima e reafirmou que não há crime material para sua condenação. O presidente declarou que “não trocará sua dignidade por sua liberdade” e que acredita “na construção de um mundo melhor, de um mundo de justiça, … que um dia as pessoas o julgarão preocupadas com os autos do processo, com as provas e não com a manchete do Jornal Nacional, e não com a capa das revistas. Se comportarão como juízes supremos”.

Lula acusou o atual governo de ter sido eleito com a ajuda de fake news, que a seu ver, são um fenômeno mundial, e de ter como objetivo destruir a soberania nacional.

Em outro trecho, que ficou na nona colocação, Lula alegou que contribuiu muito para melhorias nas Forças Armadas e que não é contrário à participação dos militares na política do país, mas que eles não podem perder de vista sua primeira missão, que é cuidar da defesa contra os inimigos externos.

Cinco posts de Jair Bolsonaro integram o rol dessa semana. Nestes, Bolsonaro anunciou sua participação no Programa Silvio Santos; esclareceu que não criará imposto para as igrejas; e que os R$200mi liberados não foram destinados à Venezuela, mas à Operação Acolhida, do Exército, voltada para os refugiados. O presidente confirmou também a construção de um colégio militar em São Paulo e a medida provisória da liberdade econômica.

Tivemos em sua live duas pérolas, provenientes das participações do empresário Luciano Hang, que relacionou a alta do preço dos combustíveis no mercado internacional à crise na Venezuela e a não aprovação da Reforma da Previdência; e do General Heleno, que ao comentar o apoio recebido por Maduro dos militares venezuelanos de alta patente, argumentou que este é resultado da oferta, por parte do presidente venezuelano, de empregos no tráfico de drogas a estes oficiais.

O pregão eletrônico promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para contratação do serviço de refeição da Corte, continuou repercutindo negativamente na rede. As matérias do Estadão e do portal Terra sobre a ação popular movida por um servidor público contra esse edital obtiveram alto número de compartilhamentos. Além disso, o Ranking dos Políticos criticou o banquete do Supremo a partir do episódio lamentável de uma senhora que foi chamada para consulta no SUS (Sistema Único de Saúde) onze anos após sua morte.

Outro tema que ganhou o noticiário e a rede foi a possível saída dos ministros Sergio Moro e Damares Alves do governo, registrada pela revista Veja e pelo Catraca Livre. Segundos as reportagens, o primeiro alega insatisfação com as recorrentes sabotagens contra sua gestão e a segunda, problemas de saúde e ameaças.

Os posts da imprensa sobre os cortes efetuados pelo governo na Educação e na obtenção de remédios gratuitos a partir da Reforma da Previdência também foram muito compartilhados pelos internautas. A revista Exame advertiu para a contrariedade do discurso do governo, que apesar de ter prometido, não aumentou os investimentos no ensino básico com a diminuição dos recursos para o ensino superior. O Catraca Livre comunicou a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) nº6/2019, que modifica o parágrafo sobre a distribuição gratuita de remédios do SUS determinada por decisões judiciais.

O atual regime de aposentadoria de políticos e servidores públicos foi alvejado nos posts de João Amoêdo (NOVO) e Kim Kataguiri (DEM-SP) que compõem a lista. Amoêdo informou que 198 parlamentares, de 23 partidos, não abriram mão da aposentadoria especial para políticos, mas que nenhum deles é do partido NOVO. Já Kataguiri compartilhou o despacho de um desembargador do Tribunal de Justiça do Pará, que autoriza a aposentadoria de R$56mil para um servidor que ganhava R$6mil.

Em suma, neste período, destacaram-se a volta de Lula ao ranking e a alta repercussão de matérias negativas sobre o governo na rede. Observamos que o apoio majoritário do qual o presidente desfrutava no Facebook começa a sofrer abalos. Os efeito das políticas de austeridade, o provável agravamento da desigualdade social caso a Reforma da Previdência seja aprovada e as estratégias políticas que estão em curso para tal feito vêm sendo cada vez mais frequentes e gerando altos índices de engajamento na plataforma. Tanto que o trecho da entrevista de Lula sobre este tema, apontando outras soluções, foi o post mais compartilhado da semana. Associando este comportamento com dados de fontes secundárias, corroboramos que não há consenso estabelecido sobre a Reforma da Previdência na opinião pública. Vejamos de que maneira essa divisão impactará no voto dos congressistas e no desempenho do governo de modo geral.

[1] Tendo em vista nossos propósitos, foram excluídos da lista: quatro posts do G1, um da RedeTv!, um do Portal R7, um de  O Globo, um da UOL e um do Estadão por não tratarem de Política.

Por Natasha Bachini e João Feres Jr.

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