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Vaza Jato nos jornais – 12 de julho

Por Eduardo Barbabela, Juliana Gagliardi, Natasha Bachini e João Feres Junior.

Brasília - O juiz federal Sérgio Moro, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a professora da Universidade de Yale, Susan Rose-Ackerman e o procurador Deltan Dallagnol, participam da palestra (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília – O juiz federal Sérgio Moro, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a professora da Universidade de Yale, Susan Rose-Ackerman e o procurador Deltan Dallagnol, participam da palestra (José Cruz/Agência Brasil)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)
Número de textos publicados desde o primeiro dia da cobertura do escândalo (10/06/19)

O trigésimo terceiro dia trouxe uma cobertura curtíssima da Vaza Jato, com apenas cinco textos que citam o escândalo, a menor quantidade em todo o período estudado. A ida de Glenn Greenwald, editor do Intercept, ao Senado foi tema do dia apenas na Folha de São Paulo. Tanto o O Globo quanto o Jornal Nacional ignoraram a Vaza Jato em suas edições.

O GLOBO

glb

O Globo não noticiou a Vaza Jato no dia de hoje (12/07).

ESTADÃO

esp

O Estadão publicou apenas um texto que cita o escândalo. Em sua coluna sobre a antecipação da campanha presidencial de 2022, Fernando Gabeira cita que o vazamento das mensagens pelo Intercept influenciou essa campanha e que Moro decidiu pela saída política, não confirmando nem negando totalmente os diálogos, o que permitiu a Bolsonaro abraçar-se a Lava Jato e ganhar tempo para o julgamento público sobre Moro e os fatos vazados.

FOLHA

fsp

A Folha também manteve uma cobertura acanhada, com apenas quatro textos. Em artigo de opinião, o advogado criminal Eduardo Muylaert discute a possibilidade de julgamento de Moro, a partir das revelações do Intercept, destacando que a Justiça deverá definir se essas conversas estão dentro da normalidade institucional ou não. Em reportagem sobre a indicação de um ministro ao STF, a Vaza Jato é novamente citada como fato que pode comprometer a indicação de Moro em 2020, postergando-a para 2021. O jornal também destaca a ida de Greenwald ao Senado e suas críticas às ameaças de Moro fez à imprensa.

JORNAL NACIONAL

Não houve menção a Vaza Jato na edição de ontem (11/07)

CONCLUSÃO

Com o afastamento de Moro e o destaque dado à reforma da Previdência, a Vaza Jato tem tido cada vez menos espaço na cobertura diária. O Grupo Globo se calou sobre o caso, e Estadão e Folha abriram pouquíssimo espaço. Sem novos vazamentos, com Moro afastado, com o julgamento do Supremo adiado e a decisão do novo ministro do STF distante era de se esperar que o tema esfriasse. Vejamos se as denúncias da revista Veja nesta sexta feira (12/07) produzem algum efeito de alteração nessa tendência.

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