De 6 a 12 de julho de 2020
Entre os dias 6 e 12 de julho, as 719 páginas monitoradas por nós produziram 16.270 posts que geraram 8.920.702 compartilhamentos. Os recursos utilizados nos posts foram: foto (40%), link (38%), vídeo (21%) e texto (1%).
Os assuntos que mais repercutiram entre as páginas monitoradas, ao longo da semana, foram temas decorrentes da pandemia do Covid-19, como o auxílio emergencial e o combate ao vírus, e ainda questões relativas às Fake News e ataques ao Partido dos Trabalhadores por aliados do Presidente Jair Bolsonaro.
Os 20 posts mais compartilhados foram produzidos pelas páginas André Janones (AVANTE-MG), Carla Zambelli (PSL-SP), Jair Messias Bolsonaro (sem partido), Bia Kicis (PSL-DF), Ministério da Saúde, Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e Portal R7.
Assim como na semana anterior, o deputado federal André Janones (AVANTE-MG) pautou o auxílio emergencial a partir de questionamentos ao governo federal. Janones propôs a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para se investigar fraudes, atrasos e empecilhos no re-passe do recurso à população pela Caixa, dificultando o acesso do benefício aos mais vulneráveis, e ainda sugere a destituição do presidente da instituição.
Observou-se uma estratégia dos políticos da situação, que vêm se denominando como conservadores, de refutar as denúncias de Fake News relacionadas às suas páginas a partir da culpabilização de seus diferentes adversários políticos, acusando-os de serem os verdadeiros responsáveis pela disseminação de fake news. Zambelli e Kicis afrontou o PT a partir de dados mentirosos sobre o desempenho das estatais nos governos Dilma e Bolsonaro e do bloqueio de números ligados ao partido pelo Whatsapp. Na mesma linha, Eduardo Bolsonaro se aproveitou da prisão de integrantes do MBL para investir contra seus antigos aliados: “MBL, Ayan, Joice, Frota, Dória, são a verdadeira milícia digital, onde o palco é a CPMI dos Memes”.
O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, continuou a defender o uso da Cloroquina no tratamento da Covid-19 e se colocou como exemplo de quem está sendo tratado com a medicação, a despeito das orientações da OMS. Bolsonaro ainda tentou justificar a situação do país, “à beira da recessão”, como sendo resultado da pandemia, e insinua que o cenário econômico atual só não está pior porque o seu governo tem ajudado pequenas e médias empresas, estados e municípios com recursos públicos, além de pagar o auxílio emergencial de R$ 600,00 para mais de 60 milhões de pessoas.
Destacaram-se ainda entre os posts mais compartilhados as páginas do Ministério da Saúde, com nova recomendação do secretário executivo da pasta, Elcio Franco, para as pessoas com sintomas de Covid-19 procurem atendimento médico imediato, ao contrário do que antes era indicado, e do R7, com reportagem acerca do parecer do Conselho Nacional da Educação para, em decorrência da pandemia, as escolas não reprovarem os alunos nesse ano.
Em suma, os bolsonaristas seguem protagonizando as discussões no Facebook. Seus posts, frequentemente não informativos, parecem ter como objetivo a autopromoção a partir da fragilização das instituições democráticas, sobretudo dos poderes Legislativo e Judiciário, da deslegitimação da imprensa e das organizações científica, e do fomento do ódio à esquerda. Entretanto, esse enquadramento parece estar perdendo força na rede, vide a constante presença de posts críticos ao governo no ranking e de páginas da oposição entre as que incitam maior engajamento.