O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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DONI # 27 – 30 de setembro a 6 de outubro

No DONI semanal são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente, ou algum personagem ou Instituição do Governo Federal, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Esta semana foram analisados 92 textos.

Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]

O Globo foi o mais negativo, com IV[2] de –0,73, seguido pela Folha, com –0,62, e o Estadão, com IV de –0,5.

Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal

A cobertura desta semana apresentou-se muito mais negativa e focada do que as das semanas anteriores. A última semana teve o debate sobre segurança pública como o principal tema. Com a escalada da violência na Bahia, o governo federal e o PT tornaram-se alvos da cobertura. O PT, primeiramente, foi criticado pelos jornais por não saber lidar com a agenda de segurança pública. Já o Ministério da Justiça foi acusado de não ter a transparência nem o planejamento necessários para lidar com o problema. O governo ainda foi acusado de se comportar de forma arrogante sobre o tema.

O segundo tema foram os precatórios, que já fora tratado na semana passada e continuou nos textos sobre o governo esta semana. Os jornais apresentaram um quadro no qual o governo não teria um plano para resolver tais despesas e que existiriam dúvidas no mercado sobre a solução que o Ministério da Fazenda traria. Apesar do tom negativo, o Ministério da Fazenda também foi associado a um tema com possíveis efeitos positivos no futuro, o programa Desenrola. Os jornais aproveitaram esta semana para explicar os pontos do programa, destacando que o sucesso do Desenrola depende da capacidade dos devedores de pagarem suas dívidas.

Finalmente, o quarto tema em destaque na cobertura do governo federal foi o Supremo Tribunal Federal, que se dividiu em alguns enfoques. O primeiro e principal foi a escolha de Lula para novo ministro do STF. Os jornais também suscitaram o debate sobre a revogação do limite de idade para aposentadoria dos ministros do STF, sugerindo a troca por um mandato de 11 anos. O debate apareceu junto ao início das movimentações para a eleição do presidente do Senado em 2025.

Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[3]

Esta semana, os jornais intensificaram as críticas ao Governo. Observamos três tipos de cobertura distintos: no Estadão, destacaram-se aspectos negativos principalmente em editoriais; na Folha, houve um grande número de chamadas, seguidas por colunas contrárias ao governo; por fim, no Globo, os textos contrários se concentraram mais nas colunas e depois nas chamadas.

Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal

Essa semana o Globo ficou na liderança de negatividade, com IV de – 0,82, seguido pelo Estadão, com –0,8, e a Folha, com IV igual a –0,77. Ou seja, todos muito próximos.

Gráfico 5. Temas mais presentes na cobertura do Presidente Lula

Esta semana, os principais temas da cobertura sobre Lula foram as discussões acerca do STF e a crise na Segurança Pública. Além disso, outro tema ganhou destaque durante seu mandato: o próprio presidente. Os jornais foram enfáticos ao apontar a grande diferença entre o Lula militante e o Lula presidente, taxando o presidente é contraditório quando está no poder. Além disso, consideram o atual Lula politicamente menos influente do que nos primeiros mandatos.

Gráfico 6. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto

A cobertura em torno de Lula permanece menor em comparação àquela dedicada ao Governo Federal. Esta semana, notamos três abordagens distintas: o Estadão concentrou-se em editoriais negativos. Na Folha, a cobertura contrária abrangeu todos os tipos de texto, com uma concentração maior em chamadas e colunas. Já O Globo centrou a negatividade de sua cobertura do presidente nas colunas. Como já havia aparecido na análise do Governo Federal, O Globo ainda conta em suas fileiras com colunistas fortemente antipetistas.

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DONI

O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.

Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.

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[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.

[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula , na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.

[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.

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Criado em 2014, o Manchetômetro (IESP-UERJ) é o único site de monitoramento contínuo da grande mídia brasileira. As pesquisas do Manchetômetro são realizadas por uma equipe com alto grau de treinamento acadêmico e profissional.

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