O Manchetômetro é um site de acompanhamento da cobertura da grande mídia sobre temas de economia e política produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). O LEMEP tem registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e é sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Manchetômetro não tem filiação com partidos ou grupos econômicos.

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DONI # 50 – 06 a 12 de abril de 2024

No DONI semanal, são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente Lula, ou algum personagem ou instituição do Executivo, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Esta semana foram analisados 125 textos.

Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]

Em abril, a Folha é o jornal mais crítico, com IV[2] –0,83, seguido pelo Estadão com IV de –0,8 e o Globo com –0,76. O IV da cobertura total de abril soma IV de –0,8.


[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações do presidente ou do Governo Federal em diferentes áreas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente é retratado é negativa ou desfavorável.

[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual “F” é o n° de favoráveis, “C”, o n° de contrárias, “A”, o n° de ambivalentes e “N”, o n° de neutras.

Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal

O destaque da semana foi a crise na Petrobras. O tema foi o principal assunto na cobertura da imprensa tanto do governo, quanto do presidente. Os jornais exploraram uma suposta insatisfação de Lula com a atuação de Jean Paul Prates à frente da empresa. As publicações expuseram que alas do governo estariam pressionando Prates a assumir compromissos para se manter no cargo, e que não há política no momento para a Petrobras, apenas brigas pelo poder.

O segundo tema discutido é a relação entre Executivo e Legislativo. A nova crise no governo estaria ampliando as tentativas dos parlamentares de aumentar seus poderes. O atrito do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, também foi explorado pelos jornais. A disputa é exposta com um viés que prioriza a perspectiva de Lira sobre o caso. As publicações reproduziram os ataques do parlamentar contra o líder do governo no Congresso, ao dizer que o “governo Lula mente e Padilha é incompetente”. Além disso, abordam como a relação pode travar a pauta na Casa e prejudicar a agenda econômica. A votação sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido -RJ), na Câmara, foi mais um capítulo da rusga, e o resultado considerado uma derrota de Lira.

O terceiro assunto foi o próprio governo federal. Os jornais exploraram as preocupações do Planalto quanto à imagem do governo e as ações do presidente Lula para tentar reverter a queda de popularidade.

Finalmente, o quarto tema foi a conta de luz do brasileiro — tópico de maior destaque na cobertura de Lula em comparação ao governo. Os jornais associaram as duas questões, afirmando que o presidente considera que o aumento no custo da energia elétrica prejudica a popularidade do petista. As publicações criticaram a Medida Provisória (MP) para antecipação de recursos para socorrer distribuidoras e a ampliação de subsídios ao setor elétrico. A avaliação é a de que Lula estaria reproduzindo erros do governo Dilma para tentar acalmar seu eleitorado. Para os jornais, a medida não soluciona o problema real, pode levar a um aumento futuro nas tarifas e, além disso, o lobby das empresas evita uma reforma de todo o setor.

Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[3]

Esta semana, a mídia continuou a criticar o Governo Federal. Os três jornais publicaram textos desfavoráveis em quase todas as seções com exceção das manchetes de O Globo. No Estadão, os editoriais foram a modalidade com maior número de artigos negativos. Já na Folha e no Globo, as chamadas concentram as críticas ao governo.

[3] Neste gráfico, vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que apresentam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.

Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal

Observando os dados de abril, o Estadão aparece como o jornal líder no Índice, com um IV de – 1,6, seguido pela Folha com -0,88 e O Globo com IV de -0,71. Até o momento, o IV total médio é de – 1,04.

Gráfico 5. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto

A cobertura em torno de Lula continua sendo menor em comparação àquela dedicada ao Governo Federal. Estadão e Folha apresentam textos negativos em todas as modalidades, enquanto no Globo não há editoriais e manchetes contrárias ao presidente no período. Os destaques negativos ficam com os editoriais do Estadão, as chamadas e editoriais da Folha e as colunas de O Globo.

Para baixar o nosso relatório, clique aqui.

DONI

O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.

Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.

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[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.

[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.

[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.

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