DONI # 52 – 20 a 26 de abril de 2024
No DONI semanal, são computadas todas as manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais que citaram o Governo Federal, o presidente Lula, ou algum personagem ou instituição do Executivo, nas capas e páginas 2 e 3 dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. Nesta semana, foram analisados 140 textos.
Gráfico 1. Cobertura do Governo Federal por jornal (valências)[1]
Em abril, o Estadão é o jornal mais crítico, com IV[2] – 1,12, seguido de perto pelo Globo, com IV de –1,11, e a Folha, com –0,86. O IV da cobertura total de abril é de –1,02.
[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações do presidente ou do Governo Federal em diferentes áreas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente é retratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual “F” é o n° de favoráveis, “C”, o n° de contrárias, “A”, o n° de ambivalentes e “N”, o n° de neutras.
Gráfico 2. Temas mais presentes na cobertura do Governo Federal
A tensão entre Executivo e Legislativo continua dominando o noticiário político e econômico nos principais jornais. A possibilidade de a crise entre os dois poderes afetar a situação fiscal é a principal preocupação dos jornais essa semana. As publicações destacam os acordos e consensos para avançar na agenda econômica no Congresso, e a liderança do deputado José Guimarães (PT-CE) na articulação do governo.
O segundo tema mais discutido é a Reforma Tributária. As propostas de alteração de alíquotas, de tributos e de cashback são citadas como possibilidades para a nova proposta do governo. As publicações também afirmam que o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) seria a aposta do governo para ser o relator do projeto.
O terceiro assunto mais comentado foi o próprio governo federal. Os jornais continuaram a explorar uma suposta crise no Planalto. As críticas de Lula a Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também são analisadas.
Finalmente, o quarto tema foi o próprio presidente Lula. As declarações do petista estiveram sob os holofotes, mas de uma forma diferente. Desta vez, as publicações destacam a mudança de tom do presidente, com discursos mais sóbrios e evitando provocar crises, com o objetivo de melhorar a imagem do governo.
Gráfico 3. Cobertura do Governo Federal por tipo de texto[3]
Esta semana, a mídia manteve a disposição de escrutinar negativamente o Governo Federal. Os três jornais publicaram textos desfavoráveis em todas as seções. No Estadão, os editoriais foram a modalidade com maior número de textos negativos, demonstrando que a publicação tem usado o espaço dedicado à opinião da empresa para criticar medidas do Executivo. Já a Folha e o Globo carregaram as tintas nas chamadas na capa do jornal para enfatizar pontos negativos.
[3] Neste gráfico, vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que apresentam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.
Gráfico 4. Cobertura do Presidente Lula por jornal
Observando os dados de abril, o Estadão aparece como o jornal líder no Índice, com um IV de – 1,76, seguido pelo Globo, com -1,46, e a Folha, com IV de -1,02. Até o momento, o IV total médio é de – 1,35.
Gráfico 5. Cobertura do Presidente Lula por tipo de texto
A cobertura em torno de Lula continua sendo menor em comparação àquela dedicada ao Governo Federal, mas tão negativa quanto. O Estadão apresenta textos desfavoráveis em todas as modalidades, especialmente no enquadramento do presidente dentro dos editoriais. Enquanto isso, a Folha também apresenta opinião do jornal contrária ao petista no editorial, além de chamadas e em colunas desfavoráveis. No Globo, não há artigos de opinião contrários, mas as manchetes dão o tom da cobertura negativa.
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DONI
O De Olho Na Imprensa! (DONI) é um relatório semanal produzido pela equipe do Manchetômetro, que é um projeto do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da UERJ.
Utilizamos as metodologias da Análise de Valências e Análise de Enquadramentos para avaliar o posicionamento dos jornais.
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[1] As valências no gráfico estão associadas às posições e ações tomadas pelo presidente ou pelo Governo Federal em relação aos temas. Por exemplo, um texto sobre economia com valência Negativa para Lula significa que o texto versa sobre economia e que a maneira como o presidente nele é tratado é negativa ou desfavorável.
[2] O Índice de Viés (IV) é calculado pela fórmula (F-C)/(A+N), na qual F é o n° de favoráveis, C o n° de contrárias, A o n° de ambivalentes e N o n° de neutras.
[3] Neste gráfico vemos mais claramente o posicionamento dos jornais, em seus editoriais e na opinião que representam em suas páginas, por meio de colunistas e artigos de convidados.