De 1° a 15 de abril de 2021
Entre os dias 1º. e 15 de abril de 2021, as 776 páginas monitoradas pelo M Facebook produziram 50.602 posts, que geraram 18.159.29 compartilhamentos. Registramos uma média de 3.373 publicações por dia. Os recursos mais utilizados pelas páginas foram, na ordem: links ( 42%), fotos (38%), vídeos (19%) e status (1%).
A categoria Mídia obteve maior média de postagens (número de posts dividido pela quantidade de páginas) no período analisado.
A temática predominante nas postagens ainda é a pandemia de Covid-19, que incita discussões na rede sobre suas consequências e as possíveis soluções para os problemas desencadeados no Brasil, termo muito frequente nas postagens, conforme podemos observar na nuvem de palavras. Vacinação, medidas restritivas e debate econômico se entrelaçam nas diversas postagens das páginas analisadas sejam elas de personagens políticos, da mídia tradicional ou alternativa, de partidos políticos e sindicatos, ou de movimentos sociais.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL/SP) e o Presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido) lideram as páginas que alcançaram maior engajamento. Destacamos também a presença neste gráfico do portal G1, representante da mídia tradicional, da página Mídia Ninja, mídia alternativa, e da página Somos todos Bolsonaro, movimento social de direita.
Zambelli responde também pelo post mais compartilhado da quinzena, que reproduz um vídeo no qual o prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSDC/SC), aliado de Bolsonaro, afirma que graças ao uso do chamado “tratamento precoce” a cidade foi capaz de diminuir os casos da doença e desafogar UTIs.
Seguindo esse mesmo argumento, temos na 2ª e 4ª posições dois vídeos nos quais Bolsonaro elogia a atitude de Rodrigues em vez de adotar em Chapecó um “lockdown desnecessário”. O presidente aproveita a oportunidade para criticar governadores e prefeitos usando dois argumentos: a defesa da liberdade e a falsa disputa entre economia e saúde. Para o presidente, governadores e prefeitos que não optam pelo tratamento precoce “agem de má fé, preferindo fazer lockdowns e limitar a liberdade de seu povo, “matando” a economia. Nessa mesma linha, o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PSL/RJ) reitera a posição do presidente, compartilhando outra fala de João Rodrigues.
Zambelli, em outro vídeo, aponta que a imprensa anteriormente tratava a pandemia de forma menos alarmista e que o STF teria tirado a competência do presidente de agir, transferindo-a aos estados e municípios. Nessa esteira, tanto a deputada quanto Bolsonaro criticam a instauração da CPI da Covid pelo Senado, afirmando que a CPI seria, na verdade, “uma forma de perseguição política da oposição contra o presidente”. Bolsonaro ainda provoca o ministro Luís Roberto Barroso, pedindo para ele também autorizar os pedidos de impeachment dos Ministros do Supremo que estão no Senado.
Em outro vídeo, Bolsonaro faz campanha aberta pela reeleição em 2022. O presidente garante que somente com ele “a liberdade dos brasileiros e a luta anticorrupção seriam garantidas. O vídeo tem a narração do ex-deputado federal Roberto Jefferson, do PTB.
Carla Zambelli em outro vídeo, aponta que a imprensa anteriormente tratava a pandemia de forma menos alarmista e que o STF teria tirado a competência do presidente de agir e “dado” a estados e municípios. Nessa esteira, tanto a deputada quanto Bolsonaro criticam a instauração da CPI da Covid pelo Senado, afirmando que a CPI seria, na verdade, uma forma de perseguição política da oposição contra o presidente. Bolsonaro ainda provoca o ministro Luís Roberto Barroso, pedindo para ele também autorizar a realização dos pedidos de de impeachment dos Ministros do Supremo que estão no Senado.
Em outro vídeo, Bolsonaro faz campanha aberta pela reeleição em 2022. O presidente garante que só com ele a liberdade dos brasileiros e a luta anticorrupção seriam garantidas. O vídeo tem narração do ex-deputado federal Roberto Jefferson do PTB.
Ao analisarmos a taxa de interação das páginas, notamos que a categoria “Instituição” é liderada pelo Ministério da Cidadania e pela página Somos todos Bolsonaro. Esses dados demonstram a manutenção da força governo federal e de seus apoiadores no Facebook. A oposição ocupa três posições nesse ranking: o terceiro e quinto lugares com os movimentos de direita Vem pra Rua Brasil e MBL, respectivamente e, em décimo lugar, temos um representante da esquerda, o Partido dos Trabalhadores.
Na categoria mídias, as páginas das Organizações Globo aparecem no topo do gráfico, seguidas por duas páginas de mídias alternativas: Ranking dos Políticos e Mídia Ninja. A TV Record registra o quinto melhor desempenho. Veículos tradicio- nais como o jornal Extra e a Revista Veja surgem apenas no final do ranking.
O deputado federal André Janones registra a maior taxa de interação entre os personagens políticos, seguido pelo presidente do Patriotas, Adilson Barroso, pela deputada federal bolsonarista Bia Kicis e pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Parlamentares da oposição, como Alessandro Molon e Álvaro Dias, figuram na parte debaixo do ranking, junto do prefeito de São Paulo, Bruno Covas.
A página do G1 lidera o engajamento entre as mídias tradicionais, a despeito dos sucessivos ataques de apoiadores do governo federal e dos incentivos deste último ao Grupo Record, segundo colocado no ranking.
Nessa quinzena, tema que rendeu mais interações para o G1 foi a morte do menino Henry Borel, no dia 8 de março. Henry era filho da namorada do vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade). Dr. Jairinho e a mãe da criança Monique, segundo as reportagens, seriam os principais suspeitos da morte do garoto. Ambos foram presos, Jairinho foi expulso do partido e foi aberto um processo de cassação de seu mandato na Câmara de Vereadores do Rio em breve.
A TV Record alcançou a segunda colocação em engajamentos alavancada por uma reportagem do Jornal da Record sobre o aumento dos impostos no estado de São Paulo, que foi a mais compartilhada entre as páginas da mídia tradicional. Segundo a reportagem, representantes da indústria se preocupam principalmente com o aumento do ICMS. Argumenta-se que o aumento do tributo estimulará indústrias a saírem do estado, em busca de regiões com incentivos fiscais, como a Zona Franca de Manaus. Questionado a respeito, o governador João Dória respondeu que o aumento dos impostos é temporário, para balancear o caixa do estado durante a pandemia.
Já entre as mídias alternativas, destaca-se a Mídia Ninja, . A postagem mais compartilhada desta se trata de um protesto contra a decisão do prefeito de Curitiba Rafael Greca ( DEM/RJ) de multar quem der comida a moradores de rua. Em seguida, com cerca de 1/6 dos engajamentos do primeiro colocado, temos a página Ranking dos políticos, que nesta quinzena veiculou um compilado de reportagens comparativas entre os Estados sueco e brasileiro, concluindo que o modelo brasileiro seria ruim, pois gastaríamos demais com nossos representantes ao contrário dos suecos.
A base digital do governo Bolsonaro segue muito atuante nas redes digitais. O movimento Somos todos Bolsonaro surge novamente no topo do ranking de engajamento da categoria. A página emplacou duas postagens entre as mais compartilhadas no período. A primeira exalta o posicionamento de Bolsonaro contrário ao fechamento de templos religiosos e ao “lockdown”, classificando-o como um verdadeiro “defensor da constituição”. O segundo post reforça as críticas bolsonaristas às medidas restritivas, demonizando a atuação dos poderes legislativo e judiciário federais. Em seguida, temos movimentos claramente oposicionistas, como o MBL e o VPR, porém com um engajamento muito inferior ao da página bolsonarista.
Já dentre os partidos políticos, o Partido dos Trabalhadores continua liderando a categoria seguido pelo PODEMOS e NOVO, ambos com cerca de ¼ das interações acumuladas pelo PT. O Partido dos Trabalhadores agitou a rede no período com uma foto saudosista do ex-presidente Lula. A postagem evidenciava a valorização da cultura no governo do petista, a partir do encontro do ex- presidente com cantores de Hip–Hop. Já o PTB, partido aliado do atual governo, publicou um vídeo no qual o seu presidente, Roberto Jefferson, convocava a população à Marcha da Família, ocorrida em 11 de abril, que lhe garantiu a segunda colocação em compartilhamentos entre os posts de partidos políticos.
Quando observamos os engajamentos obtidos pelos governadores, João Dória (PSDB/SP) se sobressai com folga, seguido por Camilo Santana (PDT/CE) e Rui Costa (PT/BA). Os três governadores têm se destacado no enfrentamento da Covid-19, entrando em choque com o governo federal.
Doria conquista reações positivas todas vez que noticia algo relacionado à produção da Coronavac. Camilo Santana responde pelos dois vídeos mais compartilhados do período. No primeiro vídeo, Santana fala sobre a importância do lockdown decretado antes da Páscoa, que surtiu os efeitos necessários, diminuindo contágios e abrindo leitos. O governador também fala sobre a vacinação, que alcançou mais de mil pessoas no estado do Ceará.
O governador afirmou que irá entrar na justiça para garantir que a ANVISA libere a vacina russa Sputinik V, e que ele tem interesse em adquirir cerca de 5 milhões de doses para o Ceará. Ele ainda reitera a importância de programas sociais existentes, como auxílio ao setores de eventos e alimentos, e a distribuição de cestas básicas, para minimizar os efeitos da pandemia na população
Por sua vez, Eduardo Paes (DEM/RJ) é o prefeito que mais incitou engajamentos no período, seguido de Rafael Greca (DEM/PR). Ambos têm sido muito ativos nas redes sociais, informando a população sobre suas ações durante a pandemia. Paes publicou os dois posts mais compartilhados entre os prefeitos: um se referindo à campanha municipal contra a fome, que contará com a participação de artistas; e outro a respeito da transformação da antiga Universidade Gama Filho em um complexo educacional.
Com relação aos parlamentares, verifica-se que os membros da base do governo seguem obtendo melhor desempenho em seus posts. No ranking desta quinzena, as cinco primeiras posições são ocupadas por deputados do PSL, incluindo seu filho, Eduardo Bolsonaro, e ainda marcam presença outros dois parlamentares governistas, Marco Feliciano (REPUBLICANOS/SP) e Jorge Kajuru (PODEMOS/GO). Estes dados mostram como os políticos da extrema-direita priorizam a comunicação pelas mídias sociais e munem sua militância digital.
Furam essa “bolha” duas parlamentares de dois partidos da oposição, Gleisi Hoffman (PT-PR) e Jandira Feghali (PCdoB – RJ), com posts sobre as entrevista de Lula à DCM e ao jornalista Reinaldo Azevedo, e à restituição dos direitos políticos do ex-presidente pelo STF, respectivamente.
Por fim, notamos que os posts sobre o aumento do ICMS em SP, o veto das doações aos moradores de rua por Greca, o assassinato do menino Henry e as medidas de restrição no Ceará despertaram raiva nos seguidores das páginas da Record, da Mídia Ninja, do G1 e de Camilo Santana. Em contrapartida, as políticas locais de enfrentamento à pandemia adotadas por Paes e Santana também renderam muitos “amei” e “uau” para suas páginas.
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