Edição especial – Base Bolsonarista
O presente relatório analisa a atuação e o desempenho das principais páginas da base bolsonarista no Facebook, entre janeiro de 2020 até 29 de agosto de 2021. Nosso objetivo, com esse levantamento, foi observar os principais enquadramentos que teceram o discurso bolsonarista no último biênio e ajudar a compreender o papel de cada ator político na construção dessa narrativa.
Selecionamos para a pesquisa oito páginas, por terem obtido lugares de destaque em nossos relatórios ao longo deste período. Consideramos tanto a participação no ranking de páginas com maior engajamento e/ou compartilhamentos – dentro da nossa amostra total – , quanto pelas posições entre as melhores taxas de interação na categoria ‘personagens políticos’.
Estes critérios foram utilizados exceto para o caso da página de Carlos Bolsonaro, que foi integrada a este relatório especial pelo fato do vereador ser membro da família Bolsonaro e alvo de investigações do STF nos inquéritos que apuram a propagação de fake news e ataques às instituições democráticas na internet, sobretudo ao próprio Supremo.
Para começar, reunimos o número de fãs e a apresentação de cada um dos atores selecionados, isto é, como eles se apresentam em suas respectivas páginas na rede Facebook.
1 A ATIVIDADE DAS PÁGINAS BOLSONARISTAS NO FACEBOOK
Post com maior engajamento por personagem – 2020
Para observar os principais enquadramentos, primeiramente, foi feito o levantamento dos conteúdos que geraram maior volume de engajamentos em cada página analisada, por cada ano. Em seguida, elaborou-se um gráfico com o percentual dos tipos de reação dos usuários a estes mesmos posts.
No ano de 2020, a Deputada Federal Carla Zambelli (PSL-SP) foi autora do post que apresentou maior número de engajamentos, 1,7 milhões, entre as oito páginas analisadas. Este número é maior que a atual quantidade de fãs da página. Na publicação feita em 17 de março, início da pandemia, a deputada compartilhou um vídeo no qual o apresentador Ratinho (SBT) defendia a atuação do presidente Bolsonaro, a despeito das críticas da imprensa ao seu governo e da corrupção no país, ressaltando que, por ter sido eleito democraticamente, suas decisões deviam ser acatadas.
Para Jair Bolsonaro (SEM PARTIDO), o post que rendeu mais engajamentos foi uma simples foto com sua filha mais nova, Laura, fazendo um gesto de positivo e com algumas cartelas da Mega da Virada no bolso, acompanhada do texto “Feliz Natal”. Este post provocou um grande número de comentários (192.925), inclusive do próprio presidente em resposta direta aos fãs, e outros ainda de seus apoiadores, como o deputado Carlos Jordy.
Bia Kicis (PSL-DF) obteve seu maior alcance em março de 2020, com a postagem de um vídeo do Sikêra Junior, apresentador do programa Alerta Nacional (RedeTV!). Neste, Sikêra Junior salienta a necessidade das pessoas irem trabalhar, apesar das restrições de circulação decretadas em razão da pandemia de Covid-19.
A página de Felipe Barros (PSL-SP) angariou maior soma de interações com a reprodução, no início de abril de 2020, do trecho de um debate da CNN Brasil, com seus comentaristas, Augusto Botelho e Caio Copolla, sobre a discussão da ‘ampliação da quarentena” no país. O deputado destacou a fala de Coppolla, que chamou o confinamento de hipocrisia e defendeu que o impacto socioeconômico da paralisação seria maior que o da propagação da doença.
O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) obteve maior êxito ao publicar um vídeo do presidente Jair Bolsonaro falando com apoiadores em Brasília, no mês de dezembro. Neste, o presidente critica as medidas de lockdown, indaga sobre efeitos colaterais das vacinas e defende tratamento precoce para a Covid-19
O conteúdo de maior repercussão na rede de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi um vídeo, publicado em abril de 2020, que mostra pichações contra o presidente Bolsonaro, as quais o deputado alega terem sido feitas por membros do PCdoB, com aval do governador de São Paulo, João Doria. O número de engajamento deste post representa apenas 15% do de Jair Bolsonaro.
Já o Senador Flávio Bolsonaro (PATRIOTA-RJ) obteve seu melhor desempenho com um post em que faz referência à humildade de seu pai, Jair Bolsonaro. Em janeiro de 2020, Flávio publicou um vídeo do presidente parando o seu carro a fim de cumprimentar simpatizantes que estavam à beira da estrada no momento em que passava com sua comitiva. No entanto, com este post, o senador alcançou apenas ¼ do total de engajamentos do post de maior repercussão da página do presidente.
Por fim, temos a página do vereador Carlos Bolsonaro (REPUBLICANOS-RJ) com o pior desempenho do grupo. O seu post de maior engajamento é referente a divulgação de seu blog com informações sobre a atuação dos membros da família Bolsonaro na política, conteúdo recorrente em suas postagens. O engajamento alcançado neste post representa 5,4% da publicação de maior repercussão de seu pai, Jair Bolsonaro, no ano de 2020.
Reações ao post com maior engajamento – 2020
No gráfico com as reações ao post com maior engajamento – 2020, temos, por linha, a página da personagem e a representação em percentual de cada reação com relação ao post de cada um analisado.
Ao examinar esses dados, verifica-se que a reação ‘gosto’ (gostei, curtir, like), a mais intuitiva da plataforma, teve maior incidência. A segunda reação mais expressada, neste caso, foi o ‘amei’ (love), que representou cerca de 9% do total de reações do post de cada personagem. O sentimento ‘raiva’ (angry) apresentou um índice um pouco mais elevado que os demais nos posts de Eduardo Bolsonaro e de Carlos Jordy, 2,4% e 2,2% respectivamente. Em ambos, os conteúdo fazia referência à opositores de Jair Bolsonaro, como o governador João Dória (SP) e o PT. As demais formas de reação aparecem em menor proporção.
Post com maior engajamento por personagem – 2021
No ano de 2021, que foi monitorado até 29 de agosto, o post com maior engajamento pertence à página de Jair Bolsonaro. Com mais de 1,6 milhão de interações, o conteúdo da postagem feita no dia 21 de março, novamente trazia uma foto sua ao lado da filha e com um bolo, acompanhada por uma citação bíblica e um agradecimento pelas mensagem de felicitações pelo seu aniversário como legenda. Mais uma vez, o post de maior sucesso do presidente nada tinha a ver com a política ou mesmo sua gestão, mas faz referência à sua vida privada, enfatizando sua família.
Por outro lado, Carla Zambelli teve como publicação de maior engajamento um vídeo do presidente Bolsonaro falando sobre ICMS para explicar o aumento da gasolina, que ele afirma não ser culpa do Governo Federal, e, em paralelo, critica a ‘suposta censura’ do Facebook com relação ao conteúdo publicado. Esta publicação teve engajamento 73% mais baixo que o post de maior sucesso do ano anterior, que obteve 1.618.538 interações.
A página de Carlos Jordy inflou seu número de engajamentos quando, em 17/8/21, compartilhou um vídeo produzido pelo canal no Youtube, TV Piauí, da chegada do ex-presidente Lula ao Piauí. A apresentadora
(bolsonarista), Samantha Cavalca, enfatiza que não havia muitos apoiadores em sua recepção em Teresina e o chama várias vezes de “ex-presidiário”, entre outras críticas. Com relação ao post com maior engajamento do ano de 2020, este obteve um volume 63% maior de interações.
Já Bia Kicis, em 2021, ganhou maior notoriedade com o post no qual elogia a fala de Eduardo Bolsonaro em ‘audiência conjunta’ com o Ministro da Defesa, Braga Netto, e no qual ele critica o STF, especialmente em relação ao inquérito das fake news e à prisão do deputado Daniel Silveira. Esta publicação, com relação a melhor do ano anterior, recebeu menos interações, que caíram quase pela metade (49%)
O Deputado Federal, Filipe Barros, destacou-se ao postar no dia 2/3/21 um vídeo de entrevista, realizada pela rádio 96FM de Natal, com uma infectologista que defende o uso de ivermectina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, descreditando estudos científicos publicados, por exemplo, no periódico The Lancet. A quantidade de engajamentos deste post foi 23% que o de de melhor êxito do ano anterior.
Quanto à página de Eduardo Bolsonaro o post de melhor desempenho foi um álbum de fotos, no qual o deputado aparece cumprimentando e tirando fotos com apoiadores em uma manifestação a favor do presidente, realizada no dia 1º de maio em Brasília. Na publicação além de fazer repercutir a hashtag #EuAutorizoPresidente, ele disse vem sofrendo perseguições, censuras, preconceitos e bloqueios nas redes sociais. Esta publicação, se comparada ao melhor post do ano anterior, obteve engajamento 27% inferior.
O parlamentar Flávio Bolsonaro alcançou maior volume de engajamentos em 2021 com uma foto do presidente Jair Bolsonaro levantando uma placa que dizia: “Globo Lixo”. O senador o descreve como ‘uma lenda’. A publicação apresentou um número 62% menor de engajamentos em comparação ao seu post mais popular de 2020.
Por último, Carlos Bolsonaro divulgou em sua página no dia 24/3, uma foto ao lado de Jair Bolsonaro, que aparece ajoelhado, rezando, no Mosteiro de São Bento. Ao revelar este momento de cunho pessoal, o vereador conquistou o maior engajamento, neste ano de 2021 entre suas postagens, com um pouco mais de 98 mil interações, o que representa 13% a mais que o post já referenciado no período de 2020.
Entre as páginas dos três filhos do presidente Jair Bolsonaro, aqui analisados, a de Carlos Bolsonaro foi a única que obteve melhor desempenho no que tange a quantidade de engajamento em relação ao ano anterior.
Reações ao post com maior engajamento – 2021
No que diz respeito às reações dos posts com maior engajamento no ano de 2021, manteve-se o maior percentual em ‘gosto’. Outro tipo de reação que se destacou foi o ‘riso’ (haha), marcadamente, nos posts de Carlos Jordy e de Flávio Bolsonaro. Os dois com narrativas de ataques à oposição.
Quantidade de posts por ano | variação (%)
Observa-se acima a atividade das oito páginas por duas perspectivas. Uma leva em consideração o número de publicações pelo período de janeiro à agosto, já consolidado, e a outra, se dá a partir uma estimativa calculada com base na média de posts publicados por mês para o ano de 2021, para uma comparação anual.
No primeiro caso, verifica-se um crescimento expressivo da quantidade de publicações, de um ano para o outro, pelas páginas dos atores políticos que não fazem parte da família Bolsonaro. Fica evidente no gráfico apresentado a diferença de atuação da família com relação ao restante do grupo, destacando-se dos demais o senador Flávio Bolsonaro, que enquanto os outros membros da família diminuíram o volume de postagens, aumentou seu número de publicações na plataforma.
No segundo ponto, onde se compara a produção por ano, fazemos uma projeção simples, a partir de uma estimativa do que já está consolidado. Neste caso, a tendência de queda na produção de posts da família Bolsonaro se intensifica, enquanto o restante do grupo mantem-se em crescimento entre 73 e 56% a mais que o ano anterior, como é demonstrado a partir da linha de % de variação no gráfico.
Estes movimentos de crescimento e queda de veiculação de posts é melhor percebido quando avaliado o número de publicações por mês de cada página, como demonstrado no gráfico abaixo.
Publicações por mês/página
Ao analisar a produção das páginas por mês, nota-se que as do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, Carlos e Eduardo Bolsonaro, tiveram um curso que se distingue dos demais. Enquanto, Bia Kicis, Carla Zambelli, Carlos Jordy, Felipe Barros e Flávio Bolsonaro, ainda que em menor proporção, aumentaram sua atividade na plataforma, os demais diminuíram gradativamente.
O mais visível, neste caso, foi a página do presidente, cujo decréscimo de posts ocorre desde junho de 2020. Vale observar que no mês anterior, no dia 17, Jair Bolsonaro pediu aos seus seguidores que acompanhasse sua live no YouTube e explicou: “devido a problemas constantes em nossas lives no Facebook”. Outra vez, no dia 4 de junho, reforçou o pedido “diante das péssimas e estranhas condições de interferências nos vídeos do Facebook”. Até então, o clima era de ascensão nas redes, por exemplo, quando ele agradeceu as 10.000.000 de curtidas e os mais de 6.000.000 de seguidores em fevereiro do mesmo ano. No início de 2020, por exemplo, a página do presidente era a que mais postava, com ênfase para o mês de março, quando atingiu o pico de publicações.
A partir de abril de 2020, Carla Zambelli, e Eduardo Bolsonaro, após julho, quando seu assessor, Paulo Chuchu, teve a conta derrubada’, também criticaram o Facebook ‘pelas intervenções em páginas e grupos, que consideradas violadoras das regras da plataforma, tiveram seus conteúdos removidos ou suspensos pela plataforma’.
Já no início de 2021, tirando a página Carlos Jordy, todas as demais passaram a difundir opiniões contrárias ao Facebook e ao Twitter, argumentando “censura aos conservadores”, “absurdo”, “asfixia financeira”, “censura contra a direita” etc. Neste ano, a página de Eduardo Bolsonaro chegou a ser bloqueada duas vezes, em junho e julho. Em paralelo, todos os oito iniciaram o que parecer ser uma tentativa de migração para outras redes, mais marcadamente para o Telegram. Flávio Bolsonaro chegou a comemorar “6000 inscritos em 12h” em um post no dia 12/1/21. Carlos Bolsonaro foi o último entre eles a anunciar seu endereço no canal, em 23 de fevereiro.
Cabe salientar que tais atividades ocorreram principalmente após a remoção de páginas supostamente ligadas ao gabinete do presidente, dos filhos e de aliados, em julho de 2020, assim como de diversas publicações pontuais, ao exemplo das que apresentavam informação falsa em relação à pandemia da Covid-19. Além disso, tivemos acontecimentos envolvendo o bloqueio das contas de Donald Trump de redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram, em janeiro de 2021, que também influenciaram a migração destes atores para outras redes.
Representação de publicações por mês/página (%)
2. RECURSOS EMPREGADOS
Uso de recurso por página/período
Em relação aos recursos utilizados pelas páginas analisadas é possível verificar a predominância de fotos, que representam 52% em 2020 e 55% em 2021 e vídeos, 40% em 2020 e 42% em 2021, e são também os que receberam maior quantidade de interações.
Entretanto, observa-se algumas diferenças no emprego de tais recursos entre as páginas. O presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, apresenta maior preferência por vídeos. Seu vídeo com maior quantidade de engajamentos (soma de comentários, compartilhamentos e reações) foi uma live realizada em frente do Palácio do Planalto, em 3 de maio de 2020, mostrando manifestações a seu favor. Os outros com maior repercussão incluem ataques à Rede Globo e ao PT, falas com seus seguidores, e incentivo do uso de hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.
Já o deputado Carlos Jordy utiliza majoritariamente fotos em seus posts, apresentando maior engajamento os que contêm ataques à esquerda e aos governadores que adotaram medidas de restrição em seus estados, e de tentativa da descredibilização da CPI da Covid, ao associarem seu presidente, Omar Aziz, o relator, Renan Calheiros, e o vice presidente, Randolfe Rodrigues, ao PT. Estes últimos, em sua maioria, são montagens feitas por sua equipe, algumas com seu nome e foto embaixo, que tentam chamar a atenção do público a partir da utilização de fotos e frases de impacto.
É também curioso o uso de status por Carlos Bolsonaro, que mobiliza esse recurso em diversos ataques, além de difundir informações enganosas e gerar desconfiança sobre a pandemia, dizendo, por exemplo, que o Brasil não estaria registrando mais mortes por outras doenças além das causadas pela pandemia da Covid-19 .
Tipo de Interação por recurso (unidade)/ano
3 INTERAÇÃO NAS PÁGINAS BOLSONARISTAS NO FACEBOOK
Interação por página – 2020
Interação por página – 2021
Ao observar a diferença nas interações por página entre 2020 e 2021, percebe-se que o ranking mantém-se quase igual, com a exceção de Flávio Bolsonaro, que fica uma posição atrás em 2021, e de Carlos Jordy, que fica uma à frente neste ano. Cabe destacar que, embora Jair Bolsonaro seja o líder de engajamento no grupo em ambos anos, apresentando entre 3 (2020) e 1,9 (2021) vezes mais engajamento do que a segunda colocada, Carla Zambelli, essa diferença diminuiu entre os períodos, o que pode ser explicada pela redução de publicações do presidente e aumento nas da deputada, a qual conseguiu obter, no período de 8 meses analisados em 2021, quase a mesma quantidade de engajamento que nos 12 meses de 2020.
Além disso, é importante levar em consideração a quantidade de seguidores de cada página em seus resultados de engajamento. Assim, Jair Bolsonaro mantém-se na liderança, mesmo com diminuindo suas postagens, uma vez que tem mais de 10 milhões de seguidores.
No entanto, as páginas de Bia Kicis, Filipe Barros, Flávio Bolsonaro e Carlos Jordy já receberam mais reações em suas publicações nos 8 meses de 2021 do que nos 12 de 2020. Carlos Jordy conseguiu quase triplicar essa quantia, sendo a página que mais aumentou sua média de publicações (+69). Jordy conseguiu ultrapassar Flávio Bolsonaro em engajamento, ainda que tenha 1 milhão de seguidores a menos que o Senador.
Desempenho por página – N° de engajamentos jan/2020 a ago/2021
Após a análise, alguns pontos chamam a atenção. Primeiramente, verifica-se um modus operandi comum entre os atores examinados, que se alinham em apelos religiosos, na constante referência à família, ataques à imprensa, à esquerda, governadores e outros atores políticos como Lula, João Dória e o STF. Segundo, enquanto em 2020, a pauta de maior repercussão dentro da rede bolsonarista esteve ligada a questões relacionadas à pandemia da Covid-19, em especial, discordâncias quanto às medidas de lockdown, em 2021, se observou maior engajamento das publicações sobre manifestações a favor do governo Bolsonaro e sobre as críticas ao STF, especialmente atreladas ao inquérito das fake news e seus desdobramentos, como a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL/RJ).
Alegando censura à liberdade de expressão, a base bolsonarista também questiona as plataformas de redes sociais sobre a remoção de seus conteúdos, desmonetização e exclusão de seus canais, de modo a corroborar sua narrativa persecutória e marcar posição na disputa política, diferenciando-se dos demais atores sociais políticos e colocando-se como uma alternativa anti-sistêmica. Segundo eles, os bolsonaristas, em sua moral genuína, seriam alvo de ataques de todos os lados, e por essa razão, devem estar constantemente mobilizados.
Em relação às páginas analisadas, destaca-se ainda a popularidade de Jair Bolsonaro na rede, sendo esta forte em publicações de cunho pessoal e mais informais, com fotos da família e comunicação direta com seguidores. Além disso, o presidente divulga diversas ações de seu governo em suas publicações.
As outras páginas recebem maior engajamento com posts que enaltecem a pessoa do presidente e as ações do Governo Federal, e com fortes ataques e divulgação de informações duvidosas sobre o que consideram “inimigos do governo”.
Assim, conclui-se que Jair Bolsonaro adota uma estratégia populista, na qual o Facebook é instrumentalizado para forjar o contato direto com seus apoiadores e apresentá-lo, ao mesmo tempo, como um cidadão comum e alguém com qualidades morais elevadas. Por sua vez, a base bolsonarista atua em duas frentes. Procura reforçar essa imagem positiva, a partir da propagação de informações favoráveis ao Governo e da exaltação do presidente, e apresenta um caráter mais combativo, realizando ataques sistemáticos diários àqueles que consideram seus principais opositores, e acerando a fronteira entre “nós” e “eles”.
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